Pisque Duas Vezes marca a estreia de Zoë Kravitz na direção, apresentando um thriller psicológico impressionante e marcante. Aliás, a obra combina mistério, tensão e críticas sociais em uma narrativa envolvente. Ou seja, daqueles que vamos pensar várias vezes antes de dormir. Portanto, vamos falar de Pisque Duas Vezes:
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Um pouco de contexto:
O filme acompanha Frida (Naomi Ackie), uma garçonete que, ao lado de sua amiga Jess (Alia Shawkat), é convidada pelo bilionário da tecnologia Slater King (Channing Tatum) para um fim de semana em sua ilha particular. O que começa como uma escapada paradisíaca rapidamente se transforma em um pesadelo repleto de eventos perturbadores e desaparecimentos inexplicáveis.
Um ínicio marcante e cheio de camadas:
Zoë Kravitz demonstra um olhar apurado para a composição de cenas, criando uma atmosfera que transita habilmente entre o deslumbramento inicial e a crescente sensação de perigo. Embora algumas escolhas narrativas possam parecer previsíveis, a diretora consegue manter o público intrigado. O roteiro, coescrito por Kravitz e E.T. Feigenbaum, oferece diálogos afiados e situações que refletem dinâmicas de controle e opressão, especialmente em contextos de gênero.
Na verdade, Pisque Duas Vezes não se limita a ser apenas um thriller. Pois, o filme também serve como uma plataforma para comentários sociopolíticos. A narrativa aborda questões relacionadas às dinâmicas de poder, controle e a desconfiança nas instituições que deveriam proteger os indivíduos. Através das experiências de Frida, o filme explora como estruturas sociais podem ser manipuladas para servir aos interesses dos poderosos, refletindo tensões contemporâneas sobre desigualdade e abuso de poder.
Quando o elenco entrega a proposta do filme…
Naomi Ackie entrega uma performance convincente como Frida, capturando a transição da ingenuidade para a determinação diante das adversidades. Channing Tatum interpreta Slater King com o carisma necessário para um bilionário enigmático, enquanto Alia Shawkat, no papel de Jess, adiciona profundidade e autenticidade à amizade central da trama. O elenco de apoio, que inclui nomes como Christian Slater, Geena Davis e Kyle MacLachlan, contribui significativamente para a riqueza narrativa, oferecendo performances que complementam e elevam a história principal.
O efeito Kravitz:
A cinematografia é um dos pontos fortes do filme, utilizando cores vibrantes e contrastes visuais para destacar a dualidade entre o paraíso aparente e o subtexto ameaçador. A trilha sonora complementa eficazmente as mudanças de tom, intensificando a tensão em momentos cruciais e proporcionando alívio cômico quando necessário. A montagem mantém um ritmo dinâmico, garantindo que o público permaneça engajado do início ao fim.
Vale a pena assistir Pisque Duas Vezes?
De fato, Pisque Duas Vezes é uma estreia promissora de Zoë Kravitz na direção, oferecendo uma narrativa que combina entretenimento e reflexão crítica. Embora apresente algumas familiaridades com outros thrillers psicológicos, o filme se destaca por sua execução cuidadosa, performances sólidas e disposição para abordar temas relevantes de maneira provocativa. Com certeza, é uma obra que certamente deixará o público refletindo sobre as complexas interações entre poder, privilégio e vulnerabilidade.