Não perca o lançamento de Homens de Barro

Homens de Barro: Consequências de um passado para o futuro

Ganhando destaque no circuito nacional, Homens de Barro é um drama brasileiro de 2024, dirigido por Angelisa Stein. Aliás, a obra aborda um romance homoafetivo em meio a rivalidades familiares no interior do Rio Grande do Sul. A narrativa centra-se em Pássaro (Gui Mallmann) e Ângelo (João Pedro Prates), dois jovens que desafiam preconceitos e tensões herdadas para viver um amor proibido. A trama é frequentemente comparada a “Romeu e Julieta” devido ao contexto de famílias rivais e ao amor proibido entre os protagonistas.

Inspiração em Shakespeare:

A narrativa é frequentemente comparada a “Romeu e Julieta”, adaptando o clássico conflito de famílias inimigas para o contexto sulista brasileiro. A ambientação no interior profundo do Rio Grande do Sul confere autenticidade à história, destacando o conservadorismo e as tensões sociais presentes na região.

A fotografia de Bruno Polidoro é um dos pontos altos do filme, capturando com sensibilidade as paisagens gaúchas e os momentos íntimos dos personagens. A trilha sonora, embora presente em grande parte das cenas, complementa a narrativa ao enfatizar os momentos de tensão e paixão vividos pelos protagonistas.Crítica do filme Homens de Barro

 

Roteiro e Desenvolvimento de Personagens:

O filme apresenta uma premissa promissora, que anda bem em diversos momentos, mas enfrenta desafios significativos em sua execução. O roteiro carece de mais profundidade no desenvolvimento dos personagens principais. A fase inicial, que retrata a infância de Pássaro e Marciano (Alexandre Borin), foca na amizade entre eles e na rivalidade entre seus pais. No entanto, senti falta da presença de Ângelo, mesmo sendo o narrador principal da fase.

Por outro lado, as performances dos atores, na versão adulta, são bem dinâmicas e interessantes. Até porque ambos lidam com os preconceitos já estabelecidos de suas famílias e a vontade de estarem juntos. Mas, não explora todo o potencial do elenco. Além disso, a inclusão de atores argentinos, possivelmente devido a acordos de coprodução, afeta a naturalidade das cenas, evidenciando uma falta de coesão no elenco.

O início de uma direção:

A direção de Angelisa Stein demonstra uma intenção clara de abordar temas relevantes, apesar de não ser perfeita. Afinal, esse é o começo de sua jornada na liderança. A narrativa é acompanhada por uma narração em off que, em muitos momentos, apenas reforça o que já é mostrado visualmente, tornando-se redundante. O recurso do ambiente para compor as cenas contribui e faz com que a obra ganhe seu destaque próprio.

Vale a pena assistir Homens de Barro?

Homens de Barro é uma obra que enriquece o cinema nacional ao trazer à tona narrativas LGBTQIA+ em contextos rurais, muitas vezes negligenciadas. O filme convida o espectador a refletir sobre os impactos do preconceito e da intolerância, ao mesmo tempo que celebra a coragem de quem busca viver sua verdade, independentemente das adversidades.