Sendo um dos filmes mais comentados dos últimos tempos, A Substância veio para marcar presença com sua crítica social. Aliás, o terror psicológico dirigido por Coralie Fargeat veio com um elenco marcante e oferece uma reflexão contundente aos padrões de beleza e à obsessão pela juventude na sociedade contemporânea. Portanto, vamos falar de A Substância:
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Um pequeno contexto:
A narrativa centra-se em uma atriz vencedora do Oscar, interpretada por Demi Moore, que, ao enfrentar o declínio de sua carreira e os desafios do envelhecimento, recorre a uma substância experimental que promete rejuvenescer e aprimorar sua aparência. No entanto, os efeitos colaterais dessa substância revelam-se perturbadores, levando a protagonista a uma espiral de horror e autodescoberta.
Uma direção que se complementa com o elenco:
A direção de Fargeat destaca-se pelo uso de lentes angulares, closes intensos e uma paleta de cores vibrantes, criando uma atmosfera que é ao mesmo tempo sedutora e inquietante. Esses elementos visuais são empregados para enfatizar a dualidade entre a busca pela perfeição estética e as consequências grotescas dessa obsessão.
As atuações são um ponto alto do filme. Demi Moore entrega uma performance corajosa, mergulhando profundamente nas complexidades de sua personagem e explorando as vulnerabilidades associadas ao envelhecimento e à pressão por manter-se relevante em uma indústria que valoriza a juventude. Margaret Qualley e Dennis Quaid complementam o elenco com interpretações sólidas, mas que cria presença.
A crítica por trás da obra:
O tema principal de A Substância gira principalmente em torno da obsessão pela juventude e pela beleza estética, especialmente no contexto feminino, e como essa busca pode levar a consequências extremas e desumanizantes. O filme satiriza a indústria da estética, da moda e do entretenimento, que frequentemente coloca a aparência física, especialmente a juventude, como a principal fonte de valor e sucesso, enquanto marginaliza as mulheres à medida que envelhecem.
A substância experimental que promete rejuvenescer e manter a beleza das protagonistas serve como uma metáfora para essa pressão constante que as mulheres enfrentam para se manter “perfeitas” e “jovens”, muitas vezes à custa de sua saúde física e mental. Através dos efeitos colaterais e das distorções causadas pela substância, o filme questiona até onde as pessoas, especialmente as mulheres, estão dispostas a ir para atender a esses padrões estéticos e o que realmente está em jogo quando se busca a perfeição exterior.
Além disso, o filme também expõe as consequências psicológicas e emocionais de viver em uma sociedade que só valoriza o físico e a juventude, ignorando a complexidade e a profundidade do ser humano. A crítica social é clara: ao dar prioridade excessiva à aparência, ignoramos a importância do bem-estar interno, da aceitação e da autenticidade, temas fundamentais que o filme aborda com uma abordagem provocativa e perturbadora.
Vale a pena assistir A Substância?
Em suma, “A Substância” é uma obra provocativa que combina elementos de terror corporal com uma crítica afiada à obsessão pela beleza e juventude. Embora apresente algumas falhas narrativas, o filme se destaca por suas performances impactantes e pela relevância de seu comentário social, solidificando Coralie Fargeat como uma voz distinta no cinema contemporâneo.