Será que realmente o dia do casamento de uma pessoa é o mais feliz da vida dela?
Dirigido pelo polêmico diretor dinamarquês Lars Von Trier, o filme retrata o dia do casamento de Justine, uma mulher que sofre de depressão e tem dúvidas sobre sua personalidade e seu relacionamento com seu futuro marido, no mesmo dia que seu planeta, Melancolia, está prestes a colidir com a Terra.
Um dos principais destaques do filme é a história de Justine, que cativa o telespectador e traz a sensação do sofrimento e angústia da personagem. Ela é o exemplo de como a depressão é um problema sério na sociedade, que não é uma frescura, que pode surgir num piscar de olhos e trazer marcas para vida toda, seja no indivíduo em si ou nas pessoas ao seu redor. Inclusive, traz um retrato absurdamente real de uma pessoa com um quadro depressivo. As amarras que parecem prender Justine são sentidas pelo público a cada passo dado por ela, sendo palpável a enormidade do peso que a alma parece carregar.
As “loucuras” de Justine podem levar as pessoas a acreditarem que o diretor busca apenas contar a história de uma mulher, mas a forma com a qual retrata as demais personagens mostra que o problema é bem mais sério.
Junto com “Anticristo” e “Ninfomaníaca“, Melancolia faz parte de uma sequência de filmes conhecida por “Trilogia da Depressão”, criada pelo diretor. Além disso, o próprio Lars Von Trier possui a doença, e demonstra os efeitos através de suas obras, tanto pelo roteiro, direção de arte, fotografia, trilha sonora, etc., com o uso de tonalidades escuras, músicas “sem vida” e personagens com problemas psicológicos sérios.
Não existem soluções simples em Melancolia ou qualquer tipo de redenção. É um longa único, como costumam ser os de Von Trier, que deixa o espectador quase que em um transe após a sessão.
Por Luisa Souto