Sabe aquele filme de guerra banhado em sangue, com soldados totalmente despedaçados ou então aquele sentimento de que você deixou alguém na sua cidade que irá lhe esperar quando retornar? Bem, esquece isso. Dunkirk é o filme sobre guerra que o mundo precisava assistir! E aqueles que não curtem muito esse gênero, deem uma chance.
Todo mundo conhece os trabalhos de Christopher Nolan pela sua característica old school que se preocupa muito mais em apresentar o realismo do que os efeitos especiais. E ele não abre mão do realismo em nenhum momento no filme. Tudo transmite tanta realidade que parece uma viagem para os anos 90 em meio a Segunda Guerra.
Um dos pontos maravilhosos do filme foram os efeitos sonoros. Nolan teve o cuidado de pensar em cada barulhinho que os objetos em cena poderiam ter e colaborar com a emoção do espectador. Sem contar que a trilha sonora também era impecável, tudo no seu devido momento dando o clímax que o momento pedia, até porque não é um filme de grandes diálogos.
O fato também de não ter diálogo pode transparecer e logo associarmos a algo chato e monótono. Enganado. Mesmo com “oi” e “tchau” você consegue entender e sentir o momento, o desespero dos soldados, das pessoas que estão em volta. Por muita das vezes é possível você perder a esperança no lugar deles. Provavelmente em diversas partes do filme algumas lágrimas irão escorrer sem você perceber.
Não tem o que dizer sobre a atuação excelente dos atores, todos eles estão no mesmo nível de importância, nenhum torna-se mais estrela do que outro, uma vez que os soldados não possuem nome, assim como realmente é no exército. Sendo assim, nenhum é melhor que o outro e todos ali cumprem o seu papel e transmitem a emoção para o público. Tenho que confessar que Harry Styles de certa forma me surpreendeu, pois muitos duvidavam um pouco dele para a capacidade de atuar, mas o resultado final mostra que executou muito bem o papel que Nolan deixou para ele.
É difícil achar algo ruim no filme: sonorização impecável, trilha sonora escolhida a dedo para transmitir o clímax, direção e atores que pareciam saber exatamente o que o outro queria da cena, edição com cortes perfeitos. Talvez o que ficou faltando, não que influencie muito no filme, é um pouco de contextualização da história de como eles foram parar ali. Se você não conhece muito bem pode se sentir um pouco perdido, mas isso é o de menos.
Nolan conseguiu mostrar que não precisa de grandes efeitos para fazer um filme e que nem todo filme de guerra precisa ser sanguinolento.
Por: Bárbara Allen