
Lilo & Stitch, em sua versão live-action, tinha tudo para ser apenas mais uma adaptação dentro do formato que a Disney tanto aposta. Mas, dessa vez, o estúdio acertou em cheio. A experiência 626 retorna para ressignificar o reconhecimento de defeitos e qualidades, celebrando uma amizade que resiste ao tempo. Por isso, vamos falar mais sobre Lilo & Stitch.
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Ainda há ‘ohana’?
O live action mantém a essência da história original: Lilo, uma garotinha excêntrica e solitária, adota um “cachorro” que na verdade é Stitch, uma criatura alienígena criada para destruir. O enredo continua girando em torno do valor da família, da aceitação das diferenças e do sentimento de pertencimento. Com um visual bonito, boas atuações e momentos sinceros de afeto, o filme entrega uma versão carinhosa e respeitosa de um clássico querido. Mas, ainda conta com certas novidades.
Mas, o que tem de diferente nesse live action?
Sinceramente, o filme consegue aprofundar assuntos que uma animação de 2002 (normalmente pensado para o público infantil) não conseguiria abordar, de forma completa. Em primeiro lugar, a amizade de Lilo & Stitch. Essa dupla já era marcante por si só, agora, é inseparável. Nós vemos o quanto eles são parecidos, mas também diferentes. A Lilo se vê em seu “cachorro”, contudo, não mede esforços para cuidar e mostrar novas possibilidades. Mesmo que não tenha total dimensão nisso, ela se sente realizada por ter alguém único como ela. Enquanto que nosso alien favorito entende, realmente, a importância da garota em sua vida. Mesmo a usando de proteção, ele se permite a conhecer e vive momentos incríveis com uma nova família.
Além disso, a relação de Lilo e Nani é mais emotiva, sentida e preocupante. Não que isso não acontece na animação dos anos 2000, porém, nesse caso, vemos mais do passado da irmã mais velha e o quanto ela se preocupa para fazer o possível (e o impossível) para cuidar de uma criança de 6 anos. Sem contar que ambas lidam com a perda, as suas questões individuais, a assistência social e a chegada de um “cachorro” inusitado. Aliás, Maia Kealoha entrega uma performance sensível e natural, capturando bem a mistura de teimosia, imaginação e vulnerabilidade da personagem.
O Stitch tá gracinha e fofo?
De fato, o Stitch em CGI foi um dos pontos mais comentados quando tivemos os trailers e materiais de divulgação. No caso do nosso amado protagonista, os efeitos visuais são de boa qualidade e ele mantém a sua mistura de travesso com doçura. Ainda assim, a interação entre Stitch e os personagens humanos é convincente e emotiva — ajudada pelo bom trabalho de captura de movimento e voz.
Mas, devo admitir que os demais aliens deram um pouco de estranheza em primeiro contato, tanto que alguns pareciam mais animatrômicos do que personagens com vida. No entanto, ao longo da narrativa, vamos nos acostumando com o visual e aceitando com mais suavidade.
O Havaí na sua pura essência:
O Havaí continua sendo um personagem por si só, com paisagens belíssimas, figurinos e trilha sonora que fazem referência à cultura local. Na animação, eu sempre tive a sensação que o local estava mais para uma cidade pequena do que um local turísco famoso. Agora, temos mais consciência dessa ilha e o que todos fazem para manter esse lugar mágico, único e marcante. A sensação que se passa é que somos convidados a conhecer o ambiente e quem vive por lá.
Vale a pena assistir Lilo & Stitch?
O live action de Lilo & Stitch é uma adaptação que consegue honrar a essência emocional do original, mesmo com algumas mudanças. A relação entre os amigos e as irmãs são os pontos altos e a mensagem de que “família é quem está presente, mesmo sem laços de sangue” permanece forte e comovente. Esses elemntos oferecem uma nova roupagem para uma história atemporal, acessível a uma nova geração de crianças e nostálgica o suficiente para os adultos que cresceram com o desenho.