
Kakegurui: Bet, à primeira vista, não é uma das melhores coisas para assistir principalmente se você já consumiu algum produto anterior da história. No meu caso foi o anime, que particularmente eu adoro. Porém, conforme vamos assistindo, dá para salvar algumas coisas e se entreter durante os 10 episódios. Mas será que vale assistir? Vem comigo saber!
Conheça a história de Kakegurui: Bet
Assim como na história original, em Kakegurui: Bet, vamos entrar em um mundo onde o prestígio é decidido nas mesas de apostas. Em um exclusivo internato para a elite global, os jogos de azar não são apenas diversão, mas sim a base de um sistema de poder que controla toda a hierarquia estudantil.
Tudo muda com a chegada de Yumeko, uma aluna transferida do Japão, cuja personalidade enigmática e talento assustador para jogos desafiam as regras estabelecidas. Enquanto cativa a escola com sua ousadia, ela atrai a atenção do temido Conselho Estudantil, que vê em sua habilidade uma ameaça ao seu domínio.
Por trás de sua fachada descontraída, porém, Yumeko esconde um objetivo sombrio: vingar-se pelo assassinato de seus pais. À medida que se infiltra nesse mundo de apostas perigosas, sua busca por justiça coloca em risco toda a estrutura da instituição, desafiando não apenas os jogadores mais poderosos, mas o próprio sistema que mantém a escola funcionando. Entre partidas de alto risco e jogos psicológicos, Kakegurui: Bet explora até onde alguém pode ir quando não tem nada a perder — e como uma única jogadora pode ser a peça que desequilibra todo o tabuleiro.
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O que muda da série para o anime?
Talvez a maior diferença entre a série e o anime seja o foco no passado da protagonista. Eles tentam justificar esse fascínio dela pelos jogos de azar, o que é legal, pois traz mais um elemento para a história e a deixa mais interessante. Entretanto, talvez essa seja a única mudança positiva feita na adaptação.
Como disse no início, Kakegurui: Bet não é uma série ruim se você analisá-la apenas como uma produção isolada, sem considerar a história original. A série apresenta um ambiente escolar que, mesmo com apostas ousadas, ainda assim lembra produções como Elite, Rebelde e outras séries com alunos adolescentes que não seguem regras. Ou seja, não é ruim, é uma fórmula que funciona mas, para quem conhece o enredo original, isso infantiliza bastante a narrativa.
Mudanças nos personagens
A americanização de alguns personagens também me incomodou. Achei bem desnecessário tirar os nomes originais e tentar transformá-los em algo que apenas remeta aos Estados Unidos. Por exemplo, Midari virou Dori, Itsuki virou Suki e Ryota virou Ryan. E como se não bastasse a mudança nos nomes, mudaram também a personalidade deles, o que foi igualmente desnecessário. Dava para seguir esse novo enredo e ainda manter as características de cada um.
Obviamente, também tivemos alguns pontos positivos. Eu particularmente adorei a Mary da série. No início, achei ela um tanto quanto chata, mas confesso que, conforme foi ganhando destaque, comecei a enxergar mais da personagem e me simpatizar com ela. Talvez a maior diferença entre a Mary da série e a do anime seja que a primeira é muito mais racional, enquanto a segunda é mais emocionada e expressiva quando se trata dos jogos.
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Outro ponto muito positivo foi a escolha da atriz que interpreta a Yumeko. A escolha foi certeira: ela conseguiu incorporar muito bem a personagem, tanto nos trejeitos quanto no olhar maluco e compulsivo por jogos. A caracterização também ficou ótima, com o cabelo longo, a franja e o uniforme característico.
Também tivemos a inclusão de novos personagens que, para mim, não fizeram tanta diferença. Além disso, senti falta de duas integrantes importantes do Conselho Estudantil: a Yumemi e a Yuriko, que poderiam ter enriquecido bastante a trama.
Vale a pena assistir Kakegurui: Bet?
Kakegurui: Bet pode não ser a adaptação dos sonhos para quem já é fã do anime ou do mangá, mas ainda assim consegue entreter. É uma série que funciona melhor para quem não conhece a obra original e está em busca de uma trama adolescente com apostas, intrigas e personagens carismáticos.
Apesar das mudanças questionáveis e das escolhas que infantilizam um pouco o enredo, tirando aquela ar sombrio, há elementos interessantes o suficiente para prender a atenção. Se você conseguir assistir com esse olhar mais desprendido, talvez valha, sim, dar uma chance.