Sendo um ícone americano, tanto na política quanto na Broadway, vou comentar sobre a minha leitura da biografia, “Alexander Hamilton”. Aqui no Brasil, a obra foi lançado pela Editora Intrínseca e , a primeira em décadas, escrita pelo historiador americano Ron Chernow. E por trás de uma representação da história americana, temos um ser humano que fez de tudo para mudar a sua jornada. Portanto, vamos ver mais sobre “Alexander Hamilton”:
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Mais do que uma peça:
Nos últimos anos o nome Alexander Hamilton voltou a ser famoso devido ao sucesso do musical da Broadway criado por Lin-Manuel Miranda. Tanto que ganhou também uma versão em filme disponível na plataforma de streaming Disney+. Porém, tudo é mais do que uma peça teatral. E tudo começou através de um livro.
Quando pensamos em uma biografia escrita sobre uma figura política, costumamos imaginar uma leitura maçante e específica, cujo interesse se restringe a acadêmicos. Contudo, a história de vida de Hamilton contradiz isso e é escrita brilhantemente pelo historiador Ron Chernow, que traz traços narrativos para a biografia mantendo-a sempre envolvente.
Criando um ambiente imersivo:
Ao longo de mais de 900 páginas, o autor reconstrói de forma meticulosa a trajetória improvável de um dos grandes arquitetos do sistema econômico e financeiro dos Estados Unidos. Pelo seu detalhado contexto, esse livro se torna atraente tanto para os estudiosos quanto para os curiosos em saber mais sobre a personalidade que dominou o entretenimento atual.
Filho ilegítimo de um casal pobre, nascido numa ilha do Caribe, Alexander Hamilton foi abandonado pelo pai aos 10 anos. E aos 12, viu a mãe morrer ao seu lado, no leito onde ardia em febre. Adotado por um tio, que mais tarde cometeria suicídio, ficou sem dinheiro algum. Desafiando todas as probabilidades e por meio de sua sagacidade e empenho, emigrou para a América. O lugar onde se alçou a ajudante de ordens de George Washington, tendo papel fundamental na organização do Exército da Revolução Americana. Após a independência, foi um dos advogados de maior destaque de Nova York. Além disso, escreveu grande parte dos The Federalist Papers, a série de artigos que ratificaram a Constituição da nascente nação americana. Em última análise, definiram sua identidade e estrutura política.
Mas o livro é realmente bom?
Muito além de uma simples recordação histórica de um período já encerrado, sua jornada traz questões que permanecem atuais e foi uma grata alegria ter mais contexto dessa figura. É possível percebermos analogias notáveis entre as disputas que Hamilton se envolveu e as que ocorrem atualmente no país, com a velha máxima de que a história se repete explicando está coincidência. É possível ter grandes reflexões a partir deste cenário. Aliás, como brasileiro e pouco conhecedora da história americana, é necessário destacar a ajuda que a descrição do autor nos possibilita. Afinal, Ron não se contenta em apenas contar os eventos da vida de Hamilton, mas dá uma explicação didática do momento histórico que ele se encontra, com o livro transmitindo também um conhecimento da revolução americana.
Por fim, é preciso destacar o trabalho narrativo do historiador no ápice da biografia, com um brilhante relato que traz todas as emoções que giravam em torno do evento. Ainda mais que faz isso de tal maneira que trazem a emoção até mesmo para o leitor. As lágrimas que obscureciam minha leitura me fizeram se sentir como se transportado no tempo, para dois séculos atrás. Com toda a certeza, foi uma leitura que me marcou muito.
Conclusão:
Apesar do tamanho do livro, “Alexander Hamilton” foi uma leitura agradável e com ótimas informações sobre o período da história americana. Sem contar que é altamente recomendado para os curiosos sobre o período da revolução americana e de excelentes biografias. Minhas expectativas, que eram altíssimas, foram atendidas e eu sou fico muito feliz de ter entrado em um mundo diferente.