No título eu digo que é uma história de amor, mas no fundo quem assistiu sabe que não é nada disso que The end of the f ** king world transmite. Para ser bem sincera, fiquei um pouco perdida sobre qual a verdadeira intenção da série. Mas, vamos lá falar um pouco sobre.
The end of the f ** king world é uma série de humor negro que aparentemente não funciona como um opção para fazer as pessoas rirem. Tudo começa quando dois jovens de dezesseis anos, cheios de problemas familiares e psicológicos, resolvem fugir juntos e veem um no outro uma forma de suprir suas carências. De um lado temos James, que acredita ser um psicopata que encara toda essa aventura só para ter o gostinho de poder matar sua companheira. Do outro, encontramos a rebelde Alyssa, que vê em James uma forma de suprir a sua carência de atenção familiar. Mal-educada, em todo lugar que vai transforma tudo em uma grande confusão.
A história se desenrola nas aventuras que os jovens encontram pela frente. Sempre agindo sem pensar. Não posso dizer que são um casal, afinal James passa boa parte de toda a primeira temporada tendo vislumbres de como seria matar Alyssa, qual seria o prazer que ele irá sentir no momento. Coisas sombrias e perversas. E ela nem imagina isso, mesmo achando ele uma pessoa fria e distante.
Chega uma hora que as coisas ficam complicadas e ambos têm que entrar em sintonia para saírem da enrascada. E é aí, o único momento possível, que podemos enxergar os dois como um casal, que dividem a cumplicidade e até mesmo nutrem sentimentos um pelo outro.
Mas por que estou falando isso? Simples, antes de começar a assistir vi diversos comentários e memes pela internet sobre o “casal” que todo mundo queria ser. Oras, eu sabia que tinha algo perturbador nessa série, mas depois que assisti me perguntei: Como podem achar legal esse tipo de relacionamento? As pessoas perderam um pouco do senso e começaram a romantizar um casal cheio de problemas psicológicos que veem um no outro uma forma de descarregar a sua raiva e desejo. E isso gostaria de deixar bem claro, não é nada saudável.
Então, entramos no outro sentido de The end of the f ** king world. O que realmente a série quer passar? Acredito que foi outra série mais com intenção de entreter e cativar um tipo de público do que passar alguma coisa ou fazer sentido. Porém, uma das coisas que me chamou atenção é como os personagens acabam se desenvolvendo e criando um certo autoconhecimento sobre quem eles realmente são e o que desejam, claro de forma que para um fique muito nítido que outro.
Sim, você começa a série odiando e não entendendo cada um deles, mas termina já achando pontos em que gostar neles. Veja, gostar, mas não concordar com o jeito de pensarem e agirem. Confesso que no final já via James com outros olhos, mesmo sabendo que talvez aquele menino não tenha salvação.
É uma série curta, de oito episódios de 18 a 20 minutos, em que sua história é desenvolvida rápida, criando várias situações ao longo da “incrível jornada” dos jovens. Isso ajuda a série a não ficar chata e parada, pois ela praticamente já é monótona, pois boa parte dos personagens estão mais concentrados em seus pensamentos do que interagindo um com outro. O final foi algo que me surpreendeu, pois sofreu uma grande reviravolta que me deixou com uma pontinha de esperança para a segunda temporada.
The end of the f ** king world não é uma das melhores séries do Netflix e muito menos entrará na minha lista de séries favoritas. Mas ela não deixa de ser uma boa série para aprendermos a ter um autocontrole enorme sobre os nossos pensamentos e procurar um psicólogo/psiquiatra para ontem.