“Vai ter desenho de viado sim!”
A Netflix divulgou um novo teaser engraçado da série ‘Super Drags‘, rebatendo as polêmicas e declarando que a série terá classificação indicativa de 16 anos. Vedete Champagne, na voz de Silvetty Montilla, explica que nem toda animação é feita para crianças, já que é uma forma artística de contar uma história. Segundo as normas definidas pelo Ministério da Justiça, obras com essa classificação contêm “predominantemente conteúdos com inadequações intensas” como violência, sexo ou nudez e drogas.
Todo esse rebuliço vem da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) ,que emitiu uma nota de repúdio à produção, solicitando o seu cancelamento, por considerar o seriado prejudicial para o público infantil.No comunicado oficial, a instituição reitera seu respeito à diversidade sexual, mas aponta os perigos de utilizar uma linguagem naturalmente considerada infantil para dialogar temáticas destinadas para o público adulto.Ainda assim, a Netflix defendeu seu posicionamento, salientando que a produção é destinada para adultos, pontuando que ‘Super Drags’ não estará disponível em seu catálogo de títulos infantis, que por sinal já se distingue da programação regular, justamente para evitar o acesso impróprio de crianças a conteúdos com grau de censura maior.A gigante do streaming ainda conta com o controle parental, que limita o acesso a certos títulos, quando ativado.
Esta não é a primeira vez que uma animação voltada para o público adulto gera controvérsias. Em um passado recente, o polêmico filme ‘Festa da Salsicha’ fez a HBO ser alvo de duras críticas, por exibir a produção que traz conteúdo explícito e linguagem indevida nos períodos matutinos e vespertinos, horário em que as crianças mais assistem TV. Ainda que seja comum o pensamento que animação é somente para crianças os desenhos feitos para o público adulto também merecem estar presentes na programação normal, afinal,são outra maneira de trazer humor ou crítica social, assim como um longa metragem ou série com pessoas reais.Tanto a televisão ou uma plataforma de streaming podem compartilhar essa forma de representar um público específico, afinal, é democrático.
A série contará com cinco episódios que irão mostrar as aventuras de três jovens, Patrick, Donny e Ramon, que de dia trabalham em uma loja de departamento com clientes irritantes e um chefe escroto. À noite, eles liberam suas divas internas para se tornar Lemon Chiffon, Safira Cian e Scarlet Carmesim, três fabulosas Super Drags que foram recrutadas para reunir a comunidade LGBT e espalhar amor pelo mundo.Os episódios têm criação de Anderson Mahanski, Fernando Mendonça e Paulo Lescaut e produção da Combo Estúdio. “Nós, da Combo Estúdio, estamos muito felizes por começar essa parceria com a Netflix.
Quando Nostradamus disse que o mundo seria salvo por super heroínas drag queens, ninguém acreditou, só a gente. E trabalhar com animação no Brasil é muito difícil. Foram quase três anos nos alimentando de macarrão instantâneo e esperança. Graças à Netflix podemos levar a animação brasileira e principalmente a representatividade LGBTQ para os 190 países que têm acesso ao serviço. E sonhar com um mundo onde os gays podem arrebentar os bandidos, e não o contrário.”, declara Marcelo Pereira, produtor executivo de Super Drags.
A previsão é de lançamento da série é para o fim de 2018 e o mal será derrotado com muito glitter e glamour.