Qualquer família já teve dramas nas noites de Natal, em maior ou menor grau. Essa é a época da paz e do amor, mas, também, é o momento em que precisamos conviver com “certas” pessoas. Desde aquele parente que faz perguntas incómodas ou com o qual não temos vontade de partilhar uma refeição.
As tensões familiares acumuladas são o tema central de Sete dias juntos, romance da britânica Francesca Hornak. A história coloca os Birch, durante uma semana inteira no mesmo espaço, sem grandes hipóteses de fuga. E eles estão longe do modelo de família perfeita e unida.
Além da própria sinopse intrigante, a obra traz elementos que são compatíveis com o ano de pandemia do Coronavírus. Além disso, Olivia, uma das filhas de Emma e Andrew, esteve na Libéria numa missão humanitária e tem a hipótese de ter contraído o mortífero vírus Haag. Isso faz com que a leitura seja atual e convidativa ao leitor.
Opinião Sincera:
Como seria de esperar, o contexto é ideal para o despertar de tensões, novas e antigas, e para uma série de reflexões acerca do valor da família e daquilo que, no fundo, verdadeiramente importa nas nossas vidas.
O que me fez querer ler este livro foi, sem dúvida, a interessante premissa e aquilo que ela prometia. Ao longo da trajetória dos Birch, veio uma onda de momentos positivos e negativos. Acredito que o principal ponto negativo é devido a autora estender , desnecessariamente, algumas situações dos personagens. Algo que poderia ser resolvida com um pouco de objetividade.
Desenvolvimento:
Porém, conforme vemos o desenvolvimento de cada membro, é possível ter uma nova visão sobre a narrativa. Especialmente, quando os capítulos curtos vão sendo narrados por diferentes pontos de perspectiva, o que torna a história um pouco mais cativante. Dentre os personagens, Olivia é sem dúvida a mais sabia e pé no chão, que entende de fato o que precisa ser feito. Phoebe é tão mimada e presa a seu próprio mundo que não enxerga a realidade. Andrew e Emma são um casal de longa data, que se acomodaram na relação. Jesse é um sopro de ar fresco, com sua total sinceridade e seu jeito livre de ser.
Decerto, o fato do livro não apresentar grandes acontecimentos pode ser um fator positivo ou negativo, dependendo do olhar de cada leitor. No entanto, podemos classificar que a obra fecha acertadamente a conjuntura que estamos acompanhamos. Por mais que não seja um grande projeto, trouxe lições importantes de como a vida pode funcionar. É plausível dentro do proposto, do mesmo modo que poderia ser de uma diferente forma.
Conclusão:
Portanto, Sete Dias Juntos é um drama tem como foco principal apresentar um relacionamento familiar em todos os aspectos, as partes boas e ruins. Apesar de não ter grandes reviravoltas, a história foi bem desenvolvida. Ao mesmo tempo, seria interessante ter um pouco mais de intensidade na narrativa. Principalmente, com os tantos segredos e mistérios que caminham junto com o atual momento. Ainda assim, é uma leitura bacana e introspectiva. Incluindo, as diversas lições que captamos com os Birch.