Sendo a nossa primeira resenha do ano, venha conferir tudo da obra, “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo”, de Taylor Jenkins Reid. Lançado pela Editora Paralela, temos uma história sorrateiramente cativante e que nos leva a profundas reflexões sobre amor, humanidade, machismo, preconceito e o papel da mídia na exposição de mulheres. Por isso, veja mais de “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo”:
Narrativas que se conectam:
Em primeiro lugar, conhecemos Monique e sua situação atual. A jornalista está passando por um divórcio recente e sofrendo com a separação quando começa o trabalho com Hugo. Então, a partir da entrevista, a narrativa, em primeira pessoa, se desloca para o passado da atriz e faz dela a grande protagonista do livro. Ainda assim, as narrativas continuam se intercalando, sendo a do presente sempre na voz de Monique. O que tanto permite que o leitor observe as mudanças que o contato com Hugo causa nela. Sendo que também garanta muitas das quebras no discurso de Evelyn que são essenciais na construção dos clímax e na manutenção da curiosidade de quem lê.
Além disso, os capítulos são estruturados conforme as entrevistas e nomeados com a identidade de cada um de seus ex-companheiros. Mas, nos direcionam para algo ainda maior do que apenas o envolvimento com cada um desses homens. Afinal, o enredo acaba expondo o preço pago pela atriz para chegar ao seu objetivo, mostrando quantas vezes precisou negar sua história e identidade para alcançar o mais absoluto sucesso.
Uma atriz misteriosa e complexa:
A curiosidade, aliás, é a grande força motriz da trama, uma vez que ela é permeada por toda uma aura de mistério. Logo nos primeiros capítulos, Monique faz uma recapitulação dos feitos principais de Evelyn, fazendo com que o leitor ocupe a mesma posição do público de Hugo e inicie a jornada pela vida da atriz sabendo um resumo do que encontrar. Por isso, a habilidade narrativa de Taylor Jenkins Reid se comprova ao conseguir nos manter grudados e imersos a cada página da leitura, alimentando esses questionamentos e ansiando pelas respostas.
Mais do que tudo, o maior trunfo da autora é a própria personagem que ela constrói. Evelyn Hugo é uma figura que cativa por todos seus defeitos e qualidades, mas, principalmente, pela sinceridade e clareza com que é capaz de olhar para si, sua vida e para tudo que a rodeia. A verdade é que senti que aprendia com ela um pouco mais a cada página, especialmente no que diz respeito a um olhar mais cru sobre muitos aspectos da vida. Ao mesmo tempo, foi impossível não sentir os altos e baixos de sua vida amorosa. Outro ponto mais do que positivo da leitura.
Vale a pena ler “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo”?
Sim, vale a pena devorar ”Os Sete Maridos de Evelyn Hugo”. De fato, nos é apresentado enquanto uma literatura simples de ser digerida é, na verdade, uma poderosa reflexão sobre barreiras, sucesso, lutas e, acima de tudo, do poder do amor. De fato, finalizei o livro impactada pela força da história que poderia ser tão veridica. Porém, a sensação que veio é que precisamos entender mais o ser humano e seus objetivos.