Manual de assassinato para boas garotas poderia ser mais um dos milhares dos livros de thrillers com jovens protagonistas que já temos publicados. Contudo, Holly Jackson entrega tudo na história que prende do início ao fim. Vem comigo que te conto tudo e um pouco mais desse mistério de tirar o fôlego publicado pela editora Intrínseca.
Manual de assassinato para boas garotas
Andie Bell, a garota mais bonita e popular da escola, foi assassinada pelo namorado, Sal Singh, que se suicidou após o crime. Cinco anos depois, Pip ainda vê as marcas que a tragédia deixou na cidade, desde as matérias tendenciosas da imprensa local até o ostracismo da família das vítimas.
Mas a garota tem a impressão de que há peças faltando nesse quebra-cabeça. Ela conhecia Sal desde a infância, e ele sempre foi gentil. Por que teria se tornado um assassino? E será que Andie era mesmo tão angelical quanto a imagem construída após a sua morte?
Prestes a se formar no Ensino Médio, Pip decide analisar o crime em seu projeto de conclusão de curso e questionar alguns pontos da versão oficial. Porém, quando a pesquisa revela segredos aterrorizantes, ela percebe que se aproximar da verdade pode custar sua vida.
Um mistério de tirar o fôlego!
Nessa investigação obsessiva e repleta de reviravoltas Holly Jackson me conquistou logo de cara com sua escrita deliciosa. Além disso, a autora também constrói um ambiente misterioso digno de grandes histórias de detetive sem deixar a narrativa arrastada.
A história já começa lá no alto, cheio de adrenalina e mostrando como será o comportamento dos personagens, principalmente da protagonista Pip. Confesso que me irritou um pouco como ela conduzia a “investigação”. Afinal, Pip é uma adolescente, agia muito por impulso e diversas vezes eu esquecia a verdadeira idade dela. Contudo, no fim do livro cheguei a conclusão de que: adolescente são irresponsáveis e vivem fazendo besteira, ou seja, mais um ponto para Holly!
Do mistério em si eu achei muito bem desenvolvido e estruturado. Durante as 400 páginas eu fiquei juntando todas as peças para tentar arriscar o que realmente aconteceu com Andie e Sal, e não conseguia chegar a uma conclusão. Porém, quando estamos caminhando para os últimos capítulos as coisas ficam mais nítidas e fiquei muito feliz de ter conseguido captar a mensagem.
+ Leia também: Resenha: Assim você me mata, de Karen McManus
Sobre o final, não posso dizer que me pegou de surpresa. Como disse anteriormente, nos últimos capítulos eu consegui desvendar o que tinha acontecido. Contudo, foi uma reviravolta até interessante para o rumo que a história estava tomando. Em outras palavras, gostei demais do que aconteceu.
Sendo bem sincera…
No entanto, devo ser sincera e dizer que o que mais me chamou atenção foi como a autora construiu a narrativa. Tudo começou com um projeto de escola, então Holly usou muito dos artifícios de fichamento, registros e anotações para fazer a história andar sem ficar parada em apenas um ponto. O que eu quero dizer é que, muitas das vezes algumas informações que deixavam a história ainda mais valiosa vinha de anotações da protagonista para o trabalho. Ou seja, aquele momento não era narrado em detalhes, iamos direto ao assunto o que ajudava na fluidez da história.
Manual de assassinato para boas garotas não é um thriller perfeito para quem é fã do gênero. Ele tem muito da pega de young adult, conflitos de adolescentes, mas ainda assim é um ótimo livro. Recomendaria para quem gosta de mistérios, queira outros livros da mesma pegada de Os Mortos não contam segredo, além de ser ótimo para passar o tempo e tirar da ressaca.