Sabe quando você já começa um livro torcendo o nariz para ele? Então, foi exatamente isso que eu fiz quando comecei a ler Daisy Jones. Eu sabia que as chances de detestar esse livro eram altíssimas, pois todo mundo tinha amado e favoritado. Ou seja, eu iria fugir da curva porque estava com as expectativas bem alta em relação a leitura. Entretanto, eu não odiei, eu simplesmente ainda não consigo decifrar o que achei do livro, mas de qualquer forma eu vou compartilhar aqui toda a minha experiência durante a leitura de Daisy Jones & The Six.
Logo de cara eu senti que a narrativa iria me incomodar. Aliás, para quem não sabe o livro é narrado em forma de documentário, como se os personagens estivessem em uma entrevista. É um formato diferente, mas eu não consegui me apegar aos personagens e muito menos colocar eles mais próximos das situações narradas. Que falando nisso não era narrada em detalhes, então foi um pouco difícil imaginar o cenário e um pouco dos personagens.
De qualquer forma eu continuei a leitura mesmo me sentindo um pouco incomodada. A Daisy me irritava, Billy era um tremendo babaca, Camila chata, Karen a mais legalzinha e Graham o mais legal. No entanto, chegou em um determinado capítulo que eu não consegui mais largar. Fiquei sem folego e muito envolvida na situação dos personagens. Passei raiva, ódio, simplesmente a leitura de Daisy Jones & The Six me levou a outro nível de leitora.
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Sobre o que é Daisy Jones & The Six?
Bom, para situar vocês no enredo, vou resumir rapidinho a situação. O ano é 1970 e uma jovem chamada Daisy Jones sonha em ser reconhecida como compositora. Ela é jovem, uma das garotas mais bonitas que o cenário musical já teve. Do outro lado temos a banda The Six que está bombando nas rádios e tem a missão de fazer um segundo álbum tão bom quanto primeiro. O problema é eles são bem rock ‘n’ roll e precisam inovar no gênero. Então, porque não juntar Daisy Jones e a banda The six? E ai começa a nossa história que vai acompanhar toda a trajetória dessa banda e o que fez com que ela terminasse do nada.
Voltando a resenha e daqui para baixo vai ter muito spoiler 😊
Até o capitulo Aurora, o foco da história é apresentar os personagens e contar o início da carreira de cada um deles. Mas quando chegamos em Aurora, o conteúdo ali é só no desenvolvimento da banda Daisy Jones e The Six. Entretanto, a partir daqui temos muitos conflitos amorosos. É muito interessante que a autora realmente deu vida aos personagens, ela passa tanta tensão durante as cenas narradas que foi difícil largar ou não se sentir imerso na história.
Mas a história é o seguinte: Billy é um rebelde que quer ser estrela do rock, porém se apaixona, casa e cria uma família, mas ele ainda quer viver de muito rock ‘n’ roll, bebidas e drogas. Eu fiquei no início muito revoltada em como ele tratava a Camila, a esposa, ele fazia tanta merda. Porém eu também me perguntava porque a Camila não o largava. Do outro lado, eu achava a Daisy muito mimada e egocêntrica, não que minha opinião sobre isso tenha mudado, mas chegou uma hora que chorei junto com ela.
Música e paixão são destaques na história de Daisy Jones & The Six
O clima do livro começa quando Daisy e Billy começam a cantar juntos. Os dois juntos têm uma sintonia e química tão grande, que você consegue sentir a tensão sexual entre os dois. É muito intenso tudo que eles passam. Ela em determinado momento se vê apaixonada pelo Billy e ele também sabe que a ama, mas tem a Camila e as filhas e ele nunca faria nada para magoar a família.
É bonito vê a devoção que o Billy tem pela esposa e a consciência de que já magoou muito ela e agora só quer o bem. Entretanto, é horrível vê o quanto ele amava de verdade a Daisy e ela a ele e ambos sabiam que nunca poderiam ficar juntos. Só quem passou por isso sabe o quanto isso dói e dá vontade de chorar todos os dias. Mas ambos sabiam suas obrigações. Camila por sua vez, mesmo sabendo que o marido amava outra, preferiu mantê-lo preso ao casamento.
Alguns assuntos delicados, mas necessários
É muito complicado julgar esse triângulo, mas eu (podem me criticar) fiquei chateada com a Camila, por que como você prefere prender um homem que você sabe que é apaixonado por outra? É um pouco de egoísmo. Não que eu o queria com a Daisy, mas acho que a postura da Camila poderia ser outra. Também a ideia dela de dizer que ela iria mudar ele, bem chato isso.
É um livro que gera muitos questionamentos e julgamentos dos personagens. Sei que muita gente não gosta da Daisy, mas eu até que me simpatizei com ela no final. Digamos que senti o que ela estava passando. Então ali existiu uma certa identificação.
Outro assunto bem polêmico que o livro aborda é sobre o aborto, quando Karen resolver tirar o filho dela com Graham sem a autorização dele. Eu achei bem pertinente esse assunto e a forma que ele foi tratado. Karen estava certíssima, no meu ponto de vista, o corpo era dela e ela não estava preparada para isso, não estava disposta a isso. E vamos confessar, nem o Graham estava, ele ali no momento só queria ter uma vida parecida com a do irmão (Billy).
Mas algumas coisas fizeram falta na história
O que eu senti falta foi de um depois do fim da banda. Tudo foi muito corrido e não deram foco nisso. Também não achei lá grande coisa do plot do enredo. Poderia ter sido melhor. Ainda assim, o livro tem um final instigante e que deixa o leitor querendo mais um pouco.
Daisy Jones & The Six foi uma história que me deixou bem atordoada e nostálgica. Foi bem intenso acompanhar as situações dos personagens, as drogas, bebidas e a tensão da Daisy com o Billy. Senti vontade de gritar com eles se amando e não poderem se tocar sabendo que o sentimento da Camila também estava em jogo. Eu realmente não sei o que dizer sobre esse livro no geral. Até agora estou tentando pensar, pois já mudei tanto de opinião sobre. Mas o lado bom que me envolvi completamente na história.
Se você gosta de um livro bem tenso e com uma narrativa com poucos detalhes. Aposte em Daisy Jones & The Six. Se você também curte música, bandas, coisas dos anos 70 também vale muito a leitura. Essa na verdade é uma história que mesmo eu não favoritando, eu indico para que todo mundo leia e tire suas próprias conclusões. Aproveite o momento e viva o Rock ‘n’ Roll.