Depois de postergar 1 ano para começar a ler essa trilogia, finalmente consegui dar uma chance, uma chance que me fez perguntar porque até agora ninguém me forçou a ler este livro antes. Acredito que pelo fato de ter começado a leitura com as expectativas lá embaixo, acabou sendo uma leitura muito prazerosa e diferente, aliás, já fazia tempo que não lia uma fantasia, e isso fez com que Corte de Espinhos e Rosas subisse no patamar de livros bons.
A história se passa em um mundo onde a terra é dividida entre humanos e fadas, digamos assim. E Feyre é uma humana caçadora que se vê sozinha para caçar e fazer as tarefas de casa para alimentar sua família, seu pai e suas duas irmãs. Afinal, eles vivem em um momento difícil, pois estão vindo de uma família rica que foi a falência em pouco tempo. Dentro de toda essa situação, Feyre acaba de matar um Feérico e é aprisionada pelo Grã Feérico da Corte Feérica da Primavera como uma forma de troca, uma vida por outra.
Assim conhecemos Talim, um Grã Feérico amaldiçoado, que se transforma em monstro para seguir seus rituais e proteger sua nova prisioneira. Sim, gente. Uma forma de A Bela e a Fera dos tempos modernos.
“Que poder miserável eles possuíam que tornava suas terras tão diferentes das nossas, que permitia controlarem as estações e o clima como se fossem donos destes?”
A história é bem desenvolvida e fluida, mesmo assustando pela pequena grossura do livro, quando você menos espera a história já acabou. O interessante no contexto é que você consegue passear por diversos momentos da história sem se perder no enredo. Os personagens são apresentados e contextualizados nos momentos certos e de maneira exata, nada forçado, pois quando aparecem são essenciais para a história e para desvendar os mistérios.
A narrativa é atraente com detalhes pertinentes que fazem com que o leitor se teletransporte para a história, o que é mágico. A autora consegue envolver o leitor com os fatos, fazendo ficar fácil se sentir próximos dos personagens. Tudo bem que às vezes existe aquela pequena vontade de assassinar um ou outro, dar uns tapas, mas nada que daqui algumas páginas já não se recomponha, e outra coisa melhor, ou pior, venha suprir isso.
No geral, Corte de Espinhos e Rosas é uma fantasia ótima para quem quer voltar a ler o gênero, que por mais que seja fantasia, ela tem muito do aspecto do ser humano, deixando sempre aquela brechinha do “real” na história, na verdade o suficiente para pensarmos e querermos um Grã Feérico ao nosso lado.