Diante da proposta da mudança interior, através da leitura, vamos falar de “Clara lê Proust”, de Stéphane Carlier. Aliás, a narrativa, lançada pela Editora Record, traz uma leve reflexão da importância das obras em certos momentos das nossas vidas. Mas, é impossível não comentar os defeitos do enredo. Dessa forma, vamos falar de “Clara lê Proust”:
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O poder dos livros:
Em primeiro lugar, não posso deixar de evidenciar que “Clara lê Proust” é uma verdadeira declaração de amor ao poder dos livros e da arte. Afinal, nossa protagonista começa ter uma nova perspectiva de vida ao entrar em contato com as obras literárias. Tanto que as pessoas com quem convive começam a ter distintos pensamentos devida a essa atitude. Isso mostra como as palavras e as mudanças podem ser complexas e, ao mesmo tempo, importantes para um determinado momento. De fato, algo que podemos relembrar bastante em nosso cotidiano.
Narrativa lenta:
Agora, preciso comentar a parte que mais se complica nessa história: a narrativa bastante arrastada e lenta. Mesmo que tenha 173 páginas, o enredo demora muito para acontecer algo de emocionante. Sim, somos apresentados ao personagens e ao local onde Clara mora, mas é tão devagar e desinteressante que fica difícil de defender. Por isso, não conseguimos nos aproximar da história nem de ninguém. Isso complica um pouco, especialmente por ser uma obra com um contexto interessante. Mas, se tivessem mais dinâmica ou, até mesmo, conexão seria mais fácil.
Conclusão:
Portanto, “Clara lê Proust”, de Stéphane Carlier, é um livro que passa uma boa mensagem, porém, a ausência de conexão prejudica bastante a experiência. Mas, não posso ignorar que é uma história potencial de libertação pessoal e uma grandiosa homenagem ao poder transformador dos livros. Com certeza, é algo que pode nos deixar bastante indecisos com o gosto da narrativa.