Lançado pela Galera Record, o romance “A Teoria da conspiração de nós dois”, de Talia Hibbert veio com comédia e lições importantes. Nesta clássica história de enemies to lovers, vemos a construção de personagens complexos que são envolvidos em grandes reviravoltas. Portanto, veja mais da nossa opinião sobre “A Teoria da conspiração de nós dois”:
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Um pouco de contexto:
Celine e Bradley foram melhores amigos desde pequenos, mas acabaram se afastando e se tornaram inimigos. Agora eles vão se unir para passar por uma expedição de exploração para concorrer uma bolsa, sentimentos começam aflorar entre os dois a cada aproximação. Celine tenta lidar as consequências do abandono parental quando pequena e isso começa a atrapalhar sua relação com Brad. Enquanto isso, Brad tem que enfrentar todas as complicações que o TOC pode causar em todo a expedição, além de lidar com os sentimentos pela sua ex-inimiga.
Narrativa meio confusa, mas uma boa história:
De fato, confesso que foi um pouco confuso acompanhar a ordem narrativa dos acontecimentos, pois vemos as perspectivas de ambos os personagens e seus sentimentos conflitantes. Devido a essa intensidade, não ficava tão nítido do que estava acontecendo ao redor das cenas e era preciso reler alguns trechos para conseguir entender. Então, isso acaba tornando a leitura mais lenta e demoramos a terminar a obra. Mas, apesar disso, o livro traz muita dinâmica e reflexões importantes, desde autoaceitação e representatividade. Sem contar que existem momentos divertidos ao longo das páginas.
Personagens bem trabalhados:
Com toda a certeza, o maior ponto positivo foi a forma que o Brad foi trabalhado, a autora deu bastante espaço para ele e vemos como a cabeça dele funciona de uma forma muito diferente da cabeça da Celine. Aliás, foi interessante ver essa diferenciação. Até porque ver uma pessoa que convive com TOC não é nada fácil e compreendemos com clareza seus sentimentos e inseguranças. O mais incrível é que nos agradecimentos a autora fala que também tem o transtorno, o que torna tudo ainda mais interessante.
No entanto , faltou algo mais sobre o drama da Celine, tanto que terminei com a sensação de que estava incompleto. O abandono parental é um tema muito interessante e complexo, sendo que a autora trouxe pontos muito reais na narrativa, mas poderia ter dado uma atenção maior. É um pena que ela não tenha se aprofundado nisso.
Um romance bem construído:
Agora, o romance como um todo foi uma fofura, queria que tivesse tido mais cenas dos dois porque realmente gostei da dinâmica entre ambos. Mas, o desenvolvimento foi muito gostoso e bem trabalhado. Amei que quem deu os primeiros sinais de que estava se apaixonando foi o Brad. No começo, fiquei brava com ele porque não via motivos para ele ter ficado magoado com a Celine, já ela tinha todos os pontos ao seu favor. Porém, a autora trabalhou a aproximação deles de uma forma incrível e bem natural.
Inclusive, gostei muito dos amigos que eles fizeram na expedição, tanto que fiquei com vontade de saber mais deles e de seus melhores amigos. Ainda tivemos algumas breves reflexões sobre racismo e representatividade que ficou bem sutil e marca a vida dos personagens.
Vale a pena ler “A Teoria da conspiração de nós dois”?
Sim, mesmo que tenha seus erros, é um fofo e bem divertido, como um verdadeiro clássico da comédia romântica. Mas, ver a rivalidade do Brad e da Celine trazer à superfície o amor que eles escondem é gostoso demais e bem leve. Com seus personagens cheios de presença, esse livro veio para entreter nos jogarmos neste enredo marcante.
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