
Lançado o livro “O Roteiro do Amor” na Bienal do Livro, Ray Tavares comenta sobre adaptações e o seu recente projeto. Aliás, a autora e roterista comenta sobre a obra e as diferenças entre criar um roteiro e um livro. Em um bate-papo exclusivo ao Manual Geek, Ray Tavares relata seus processos e próximos projetos:
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Primeiramente, consegue compartilhar sobre seu novo livro “O Roteiro do Amor”?
“O Roteiro do Amor” é um livro que queria escrever, porque eu queria contar como são os bastidores do audiovisual e da literatura no Brasil, tem vários desses livros gringos sobre escritores, autores, roteristas, mas lá é outra coisa. Eu achei que seria interessante fazer um livro sobre isso e queria fazer um enemies to lovers e não existe um maior que um autor de livros e um roterista, que são classes que se odeiam, desde os primórdios. Então, achei que ficaria legal. E conta a história da Verônica que é uma escritora de livros e ela vai adaptar o último livro dela para o cinema, que fez muito sucesso. Mas, ela não aceita nenhum roteirista e roteiro, ela odeia todos.
Até que a produtora dela disse que se ela não aprovasse o próximo, não vai ter filme nenhum. Aí eles contratam o Daniel, que não curte muito romance e é meio cínico, e vai viver um mês na cidade em que a história se passa. A Verônica decide também ir e várias coisas vão acontecer. Então, vai ter bastante romance, mas também vai falar sobre luto, relações familiares contubardas.
E você também é roterista. Você agiria como a sua protagonista?
Não, se algúem me falar se poderia dar um soco na minha cara, eu diria que pode. Eu tenho muita dificuldade em agir em momentos assim, tanto como roterista quanto autora. Eu sou uma pessoa menos incisiva, acho que ela é mais corajosa do que eu. Mas, é o que eu gostaria de ser e não consigo ser.
Você é roterista de várias adaptações, mas qual é a parte mais importante de captar um livro para um roteiro?
Eu acho que mudanças vão ser feitas, é quase impossível adaptar 100% fielmente ao livro para o cinema, pois são mídias diferentes. E eu acho que para você fazer isso funcionais, tem que adaptar o que tem de melhor no livro. Ás vezes, você só mantém a premissa, o gênero do livro e muda um pouco a história. Ás vezes, consegue manter a estrutura do livro de uma forma mais audiovisual. Então, pelas contas, você tem muito o que ouvir do autor, dos leitores e o motivo no qual eles amam o livro e tentar não perder aquilo de vez. Você pode mexer e mudar as coisas, mas o essencial não pode perder.
Qual é a diferença entre escrever um roteiro e um livro?
O livro é muito mais livre, não tem tanta intervenção das pessoas. A gente passa por um processo editorial, mas é seu, não tem outra pessoa com outra visão. E você tem um espaço muito maior para você explorar a história. O audiovisual envolve muito mais dinheiro, muitas visões, pessoas participando do processo, de edição e produção, atores, todo mundo participa do processo, então fica um pouco mais difícil de conciliar tudo.
Para você, qual é a melhor adaptação que existe?
Eu acho que “O Silêncio dos Inocentes”, é muito bom.
E qual você gostaria de participar?
Qualquer uma da Emily Henry, mas eu gostaria muito de adaptar “Um lugar Feliz”, eu amo esse livro.
Como autora, tem algum gênero que você ainda não escreveu, mas tem muita vontade?
Eu sou uma consumidora assídua de true crime, eu adoro crimes e suspense, já tentei até ter um podcast de ficção true crime. Mas, eu queria tentar me arriscar mais nessa área.
Quais são seu próximos projetos?
No momento, estou num processo de montagem de roteiro para série, mas ainda não sabemos se vai rolar ou não. Já estou escrevendo o próximo livro que quero fazer um pós-bastidores do audiovisual. E tentando vender mais o livro (“O Roteiro do Amor”) entre pessoas.