O Refúgio Atômico: instigante, mas vacila no roteiro

A nova série da Netflix O Refúgio Atômico parte de uma ideia forte: bilionários se isolam em um bunker de luxo por causa de uma ameaça global, mas não escapam de rancores antigos, disputas de poder e dilemas morais. Com essa atmosfera claustrofóbica, que mistura design futurista e luxo tem tudo para chamar sua atenção. Mas será que vale assistir?
Conheça a história
A trama acompanha Max, recém-saído da prisão, que vai se juntar à família dentro do Kimera Underground Park, um refugio subterrâneo luxuoso preparado para resistir a um desastre global. Lá, ele e a família terão que lidar com antigos conflitos com pessoas próximas; um romance do passado, um acidente misterioso, culpas que persistem. Tudo isso enquanto a tensão externa de que o mundo está acabando e eles são os únicos sobreviventes. Como manter a cabeça no lugar com toda essa pressão?

O que esperar de O Refúgio Atômico?
Sem dúvidas a premissa de O Refúgio Atômico dá a entender que é uma história de suspense que tenta funcionar tanto como distopia quanto como drama familiar. E óbvio, há momentos bem-sucedidos de apreensão quando os personagens estão sob pressão, sobretudo na estética, nos cenários elaborados e no contraste entre o conforto do bunker e o medo constante do mundo externo.
É interessante como “O Refúgio Atômico” explora o contraste entre riqueza, isolamento, poder e paranoia: embora todos pareçam privilegiados, o confinamento revela fragilidades que dinheiro não cura.
Altos e baixos no roteiro
A história mescla o ponto de vista dos bilionários que estão no bunker, mas também com os organizadores do lugar. Confesso que a primeira reviravolta foi fácil de entender e isso foi o principal motivo que continuei assistindo. Ao decorrecor dos episódios, eu senti um certo escorregão no ritmo e principalmente, uma forçassão de querer criar um casal que faz zero sentido.
Entretanto, a história pela qual os organizadores do bunker estão narrando é bem emocionante e acabou sendo o maior motivo para conseguir terminar a primeira temporada. Também preciso dizer que o último capítulo é o melhor justamente porque finalmente as coisas começam a acontecer. O único problema é que ele acaba e dá um belo gancho para uma segunda temporada.
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Mas é claro, mesmo com esses pontos que me agradaram, a série tropeça é no exagero de reviravoltas forçadas, diálogos melodramáticos, e personagens que em muitos momentos soam rasos. Sem dúvidas, só estão ali para criar um conflito entre os principais e não para desenvolvimento real.
É legal dizer que essa é uma produção espanhola que tem como criadores Álex Pina e Esther Martínez Lobato, os mesmos por trás de La Casa de Papel, o que já gera expectativas elevadas. Mas que acaba frustrando com o andamento da narrativa. Além disso, é nítido o cuidado visual que tiveram. Aliás, os sets são luxuosos, cenografia robusta, atmosfera opressiva, estética retrofuturista, referências visuais fortes.

Vale a pena assistir?
Vale a pena assistir? Depende do que você espera. Se quiser uma série com tensão visual, com ambientação elaborada, com conflitos de poder, drama familiar e reviravoltas, O Refúgio Atômico entrega bastante, eu particurlamente gostei. Mas, se você preza por coesão, por plausibilidade e por personagens bem desenvolvidos, pode sentir frustração com diálogos exagerados e situações precipitadas.
Como disse no início do texto, o último episódio dá um belo gancho para a segunda temporada. Entretanto, ainda não há nada confirmado oficialmente. Os criadores dizem que têm ideias para continuar, já prepararam esboços do que seria o começo da temporada 2, mas ressaltam que depende muito dos números de audiência e do retorno do público. E aí, acha que vai assistir?



