O Projeto Decamerão: Abandono político e social

Através de um clássico da literatura, recebemos um trabalho no qual aborda diferentes aspectos do do momento atual, “O Projeto Decamerão”. Quando a Covid-19 obrigou o mundo a mudar sua rotina, a obra do século XIV, Decamerão, cresceu em vendas. Pois acabou revelando-se um consolo apropriado na luta contra a “peste” da década. A transformação da obra em best-seller motivou o jornal americano The New York Times a encomendar contos na mesma linha a diversos autores. Eles a princípio resistiram, mas acabaram seduzidos pela ideia. Afinal, é nessas horas, que a literatura e o humor revelam seu poder de tocar as pessoas.

O que é exatamente esse livro?!

“O Projeto Decamerão” reúne 29 contos de diferentes escritores, de diferentes nacionalidades, escritos durante e sobre a pandemia. Os contos foram pedidos pela New York Times Magazine e tem os mais variados textos. Desde como o horror da morte nos esmagou como a insetos, apesar de toda tecnologia, ciência e riqueza até crítica social. Incluindo que está sendo lançada no Brasil pela Editora Rocco.

Sobre o conto de Mia Couto:

Comecei a ler sem saber muito o que esperar e fui fisgada no primeiro conto. Quando vi estava economizando páginas para que essa viagem literária pela pandemia e as diversas formas de vive-la não terminasse. É claro que todos são textos excelentes, mas alguns falaram mais comigo do que outros. Um dos meus preferidos é o de Mia Couto, auto de Moçambique. Os fatores estão ligadas ao fato de falar de uma realidade longe do Brasil, EUA e da Europa. Afinal, esses foram os um dos lugares mais visualizados durante a quarentena. O trabalho fala do abandono do poder público.

Além disso, como há tragédias maiores das que estamos vivendo e como é possível sobreviver a tudo. Moçambique é um país com uma variedade enorme de culturas e de línguas. Também, pessoas com diferentes condições de acesso à informação. Grande parte dos moçambicanos vive em zonas remotas onde são poucos os que falam português. Não era difícil imaginar situações de equívocos entre quem levava a notícia da pandemia e os destinatários dessas mensagens. Sem contar que os desafios diários continuam e ainda precisamos de muitas questões resolvidas, além do próprio vírus.