O movimento feminista está crescendo cada vez mais e isso deveria ser uma coisa boa, não é mesmo? Deveria ser, mas as razões que levam ao crescimento desse movimento não devem ser tão comemoradas assim.
É triste ver que em pleno século XXI, após anos de lutas para as mulheres conseguirem seu espaço, ainda tenham que lutar com as desigualdades da vida. Além dos salários desiguais que recebem, de serem vistas como meros objetos sexuais e serem vistas também como subjugadas ao homem, encontram julgamentos de uma sociedade ainda machista, que recrimina qualquer ato feito por elas.
Homens podem sair vestidos com o que quiserem de casa que nada mudará na vida do outro, agora se a mulher veste uma simples saia, já é vista de olho torto e significa que quer chamar atenção. Se um homem sai sem blusa, ora, é a coisa mais normal do mundo, não tem nada de errado nisso, agora se uma mulher saísse de sutiã, nossa, que absurdo, ela não se dá ao respeito.
Mas pensando, o que significa “se dar ao respeito”? É ensinado até hoje que: é respeitando que se tem o respeito. Isso é uma doutrina que deveria ser de berço, mas muitos ainda esquecem em casa. O corpo é da mulher, ela pode fazer com ele o que quiser, “meu corpo, minhas regras”, não é mesmo? Parece que alguns ainda não aprenderam.
A mulher anda na rua com medo do que vem atrás, então não pode andar sozinha, é até feio aos olhos da sociedade; a mulher não pode engordar, não é bonito de se ver, mas ela também não pode ser magra demais, é tão feio quanto; a mulher não pode falar palavras ditas como chulas, imagina que horror uma moça falando coisas do tipo; a mulher não pode tantas coisas, mas ser ela mesma, sem julgamentos, será que ela já experimentou?
O movimento feminista está aí para quem quiser adentrar e para quem quiser se sentir parte de algo. Já é sabido que essa situação deveria ser diferente, mas aos poucos, a esperança que isso mude continua firme, pois do jeito que está, não dá para ficar.
Rachel Guarino