Você sabe a história de Melissa, o livro que mudou de nome? Originalmente publicado como George, Melissa foi lançado em 2016 por Alex Gino e foi vencedor do Children’s Stonewall Award e do Children’s Choice Book Award. Mas qual a razão para mudar o nome?
Melissa conta a emocionante história de uma menina que sabe exatamente quem ela é, mas que as pessoas insistem em dizer ao contrário. Quando as pessoas olham para Melissa, acham que veem um menino chamado George. Mas ela sabe que não é um menino. Ela é uma menina.
A história começa com Melissa achando que vai ter que guardar esse segredo para sempre. Mas a sua professora anuncia que a turma irá encenar A teia de Charlotte, mais conhecido no Brasil como Babe, o Porquinho. Melissa quer muito fazer o papel de Charlotte, protagonista da peça, mas tem um problema…
O mundo de Melissa desmorona quando a professora diz que ela é um menino e não pode ser a personagem. Aliás, Melissa tinha decorado todas as falas, passou a semana inteira ensaiando para teste e se entregou de corpo e alma para interpretar a aranha Charlotte.
Com a ajuda de Kelly, sua melhor amiga, Melissa elabora um plano. Não apenas para ser Charlotte, mas para que todos saibam, de uma vez por todas, quem ela é.
Mudança do nome
Acho que já deu para ter uma noção do motivo que levou o livro a mudar de nome. Eu achei a coisa mais especial e sensível. Afinal, colocar como título o nome morto da nossa protagonista é bem doloroso. Principalmente quando você conhece e acompanha a história de Melissa.
Ela é uma menina doce, carinhosa, mas que está passando por momentos complicados. Ela já sabe muito bem quem ela é, mas está com medo. Não sabe como contar para mãe, ou falar com qualquer outra pessoa. Porém, ela está cansada de ser tratada como um menino, como uma pessoa que ela não é.
As coisas mudam quando ela finalmente consegue contar para a melhor amiga. É tão fofo a forma que Kelly acolhe a amiga e a incentiva a ser ela mesma, que a partir desse momento a história toma um outro rumo. Quem dera se toda criança trans tivesse uma amiga assim. Também gostei do irmão mais velho de Melissa, Scott, ele foi uma surpresa boa ao acolhendo a irmã.
Uma história sensível e emocionante
Eu sou uma pessoa muito chorona, mas acho que nunca me emocionei tanto em apenas 139 páginas. Melissa é um livro bem curtinho, com capítulos rápidos e uma linguagem mais infantil. Afinal, seus personagens são crianças. Contudo, mesmo com essa pegada mais infanto, o livro traz muitas reflexões não só para o público mais jovem, mas também para adultos. Afinal, existe o desenvolvimento da relação de Melissa com a mãe e com os professores.
Alex faz um ótimo trabalho, elu abraça a diversidade e dá para as pessoas trans uma história que é necessária para se sentirem conectadas e acolhidas. Esse é um livro que todo mundo deveria ler e refletir.