Com a chegada da obra na Netflix, vamos ver as principais diferenças entre Livro e Filme de “O Enfermeiro da Noite”. Para quem não sabe, a narrativa conta sobre Charles Cullen, no assassinato de dezenas de pacientes indefesos do hospital. Estrelado por Jessica Chastain e Eddie Redmayne, o filme extrai seus fatos da vida real do livro escrito pelo jornalista Charles Graeber , de mesmo nome. Como toda a adaptação, ambos possuem suas divergentes ideias e , por isso, vamos analisa-las aqui:
Não deixe de conferir: Resenha- O Enfermeiro da Noite, de Charles Graeber
Seguindo passos de um Serial Killer:
Em primeiro lugar, a diferença mais nítida em “O Enfermeiro da Noite” é o enredo em cada produção. No longa da Netflix, o diretor Tobias Lindholm fez um grande esforço para manter a vida pessoal de Cullen envolta em mistério, se recusando a mergulhar profundamente em seu mundo interior. Aliás, o cineasta disse que queria apresentar apenas os detalhes sobre Cullen que Amy, personagem de Jessica Chastain, conhecia.
Dentro do livro de Charles Graeber, seguimos seu trajeto até o dia que confessa alguns de seus crimes. Em uma entrevista com o autor, o protagonista esclarece mais a respeito de sua família, suas dificuldades na pré-adolescência, o casamento com Adrianne Taub e até o dia em que acabou sendo preso pelos assassinatos em série, em 2003.
Perspectivas:
É claro que a produção literária tem como objetivo de contar tudo a respeito do personagem principal. No entanto, o longa é centrado a partir do olhar de Amy Loughren, uma enfermeira e mãe solo de Nova Jersey. E de sua crença de que o colega, Charlie Cullen, é responsável por uma série de mortes misteriosas de pacientes.Determinada, ela arrisca a própria vida para descobrir a verdade.
Tudo começa quando a rotina de turnos noturnos na UTI a leva ao seu limite. Ela sofre de uma doença cardíaca grave e a chegada de Charlie, um novo enfermeiro, pareceria ser capaz de mudar essa rotina dura que ela vive. Não demora, os dois criam uma amizade. Pela primeira vez em anos, imagina que ela e as filhas vão ficar bem. É quando diversos pacientes começam a morrer em circunstâncias estranhas e Charlie parece ser o principal suspeito.
Crise na Saúde Americana:
A obra trata do serial killer, mas também amplia e aborda olhares importantes sobre o sistema de saúde com fins lucrativos. Nas páginas escritas, Graeber apresenta as várias faces do enfermeiro e serial killer, considerado o mais letal da história dos EUA, com envolvimento final na morte de cerca de 40 pacientes. Mas, também aborda como muito poderia ter sido evitado, se houvesse mais investigação a respeito do caso. A equipe corporativa de hospitais encobriram conscientemente os crimes de Cullen porque priorizaram seus lucros e suas reputações sobre a vida e o bem-estar de seus pacientes.
Apesar de essa caraterística ser apresentada na obra da Netflix, o foco se direciona mais na trajetória assassina, computada nos 16 anos de crimes, também está recheada de detalhes sobre sua passagem por vários hospitais, na tentativa de apagar seus rastros e continuar matando. Aliás, não demorou para que a imprensa lhe desse o apelido de “Anjo da Morte”, que acompanha até o seu final.
PS: MOMENTO SPOILER!
Confissão:
Quando chegamos no perto do fim, o filme da Netflix fecha o capítulo sobre Cullen com uma série arrepiante de cenas em uma cela. O enfermeiro se recusa a confessar à polícia, apenas revelando o que aconteceu quando Amy chega e o convence a dizer a verdade. Na versão de Charles Graeber, assim que foi pego, o serial killer que confessou ter matado mais de 40 pacientes, até para evitar a pena de morte. Porém, o número de vítimas pode chegar a centenas. Após seu julgamento, Cullen foi mais tarde condenado a 18 sentenças de prisão perpétua.