Não sei como começar, porque The Legend of The Blue Sea é daqueles doramas que você não consegue explicar muito bem o que sentiu. Eu gostei muito, porém, não foi aquele tipo que me prendia e me deixava empolgada para terminar, apenas finalizei pois estava curiosa com o final, que saiu exatamente como eu esperava que seria.
Tinha tudo para superar expectativas, afinal era um romance entre uma sereia e um humano. Ele começou super bem, em terras espanholas, com os cenários mesclando entre o presente e o passado, desenvolvendo aos poucos o romance, porém, aos poucos foi beirando ao clichê.
Vou tentar explicar melhor o meu sentimento para esse dorama. Primeiramente, o enredo se baseia, como falei anteriormente, no romance entre uma sereia e um humano que vem de vidas passadas. Eles lutam para que o destino fatal que aconteceu no passado não se repita no presente. Isso me chamou muito a atenção e me deixou envolvida.
Em um primeiro momento, achei que iria me apaixonar pelo protagonista humano, interpretado por um dos atores mais respeitados da Coreia do Sul, Lee Minho, contudo, foi a personagem da atriz Jun Ji Hyun, a sereia, que roubou a cena. Ela foge de qualquer estereótipo dramático. Nos primeiros episódios ela sai da água em busca do seu amor e isso, para mim, é a melhor parte, pois ela tem que aprender tudo do zero, como uma criança, e isso faz a parte cômica do dorama, que é sustentando durante uns bons episódios. Até achei que o drama fosse do tipo leve, que não abala seu emocional. Doce engano.
Mas não posso mentir que o personagem de Lee Minho também me encantou muito. Ele era o típico charlatão que conseguia enganar os outros com uma facilidade muito grande e era assim que, junto com os seus dois parceiros do crime, ganhava a vida. A química dos três em ação era de tirar o fôlego.
O melhor desse dorama foram os próprios personagens com suas personalidades bem definidas. A sereia, engraçada e destemida, o vigarista, apaixonante e inteligente, seus comparsas, um hacker e outro que já ganhava a vida assim, a amiga do vigarista, secretamente apaixonada por ele e determinada a conquistá-lo, além de muitos outros, cada um com seu papel fundamental na história. Porém, um roubou muito a cena para mim, mas acabou sendo um pouco decepcionante no final.
O meio irmão do protagonista tinha tudo para ser um personagem e tanto, de quebrar qualquer estereótipo, mas ele caiu no clichê. Acreditava que ele iria se rebelar contra sua mãe, a verdadeira vilã de toda a trama, que iria surpreender a todos com sua suposta verdadeira índole, mas me enganei e fiquei bem frustrada com o caminho que levou esse personagem. Além do próprio protagonista, que começou um vigarista e acabou sendo um típico príncipe encantando dos doramas que vive na base da boa índole.
Indo para os episódios finais, perdeu-se um pouco da veia cômica; a sereia, tão corajosa que sempre defendia seu humano, acabou caindo no clichê de mocinha indefesa que precisava de ajuda do seu amado para ser salva, a vilã que apenas queria o dinheiro de herança de seu marido para fazer seu filho o dono da empresa da família. Ou seja, chegou uma hora que pensei estar assistindo a uma novela mexicana.
Doram
Dou nota 8.0, pois apesar dos pesares, foi um dorama bom de se assistir, com uma fotografia linda e efeitos especiais incríveis, além do cenário histórico de cada episódio. Como se encaixavam e se conectavam no presente de cada personagem foi genial, eles pensaram em tudo. Só pecou mesmo nos episódios finais.
Para completar, três curiosidades legais sobre esse dorama: Ele foi baseado em um conto de uma pequena antologia conhecida como “Eou Yadam”, escrita por Yu Mong In, um erudito da era Joseon, que faz parte do cenário passado da história. A segunda é que esse dorama marca o último trabalho de Lee Minho antes do serviço militar obrigatório e o primeiro papel da atriz Jun Ji Hyun depois de dar a luz ao seu filho. A terceira é que partes das cenas foram filmadas em Palau, ilha no oceano pacífico, e na Espanha.