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Veja como foi a nossa entrevista com Monge Han

O crescimento das webcomics foi pauta na Bienal do Livro 2023 e conversamos com o ilustrador e quadrinista, Monge Han, sobre o tema. Aliás, o artista está lançando “Vozes Amarelas”, com a Editora HarperCollins, contou um pouco de sua trajetória no meio e como quis trazer suas histórias para arte. Em entrevista ao Manual Geek, Monge Han comentou de demais artistas que o influenciaram a seguir a área:

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O formato está alcançando mais “seguidores” aqui no nosso país. Na sua opinião, as webcomics vieram para acrescentar mais no mercado editorial?

Com certeza, tipo assim, sinto que, até falando do meu próprio trabalho, a internet viabilizou muito os autores e obras que iam ter muita dificuldade de sair no mercado tradicional. E também chega muitas pessoas que conseguem ler, sem gastar muito dinheiro, mais jovens. Então, eu acho que é uma coisa impossível de não continuar de crescer muito. Na verdade, eu acho que irá só se expandir e crescer mais nos outros países, até o brasileiro é webcomicer de fora, e a tendência é só crescer.

Qual foi o momento que você viu que queria viver disso?

Quando eu tava na faculdade, eu fazia design gráfico. Eu queria ser ilustrador, mas eu sempre desejei ser quadrinista, desde antes. Só que eu não achava que seria possível e foquei em estudar em coisas adjacentes. Aí eu fui fazer intercâmbio e foquei em Belas Artes, na Holanda, e estudei 1 ano lá. Foi onde comecei a desenvolver a minha linguagem, fui pensando que queria alguma coisa ligada a narrativa e conheci muitos autores que me influenciaram muito, como Shaun Tan.

Quando eu voltei para cá, decidi que queria focar em criar uma página e publicar meus quadrinhos independentes. Eu não sabia que seria, necessariamente, a minha tal coisa, achei que seria algo só para mim e que ia continuar trabalhando em outras coisas. Mas, hoje em dia, eu sei que o quadrinho é principal coisa me dá serotonina. As pessoas leêm suas histórias, se identificam com você e pensamentos e experiências que você achava que eram só suas, percebe que também são coletivas e sentimento de coletivididade está fazendo bem para algúem, são coisas que me fortalecem muito.

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O livro de Moinge Han, “Vozes Amarelas”, está no estande da Bienal do Livro 2023

Como você trouxe sua história de identidade para a arte?

Esse artista, Shaun Tan, tem um quadrinho que se chama “A Chegada”, que eu acho que é uma das minhas obras favoritas e que me mais me impactaram. Porque é um quadrinho que ele fez que é meio que sobre a imigração da família dele, da China para a Austrália, e é todo feito a grafite e não tem nenhum texto, só imagens. Desde o começo, mostra a família nesta bem tradicional e os vê numa cidade.

Aí eles arrumam as malas e conversam, mas quando pegam o avião, eles vão parar num lugar que parece de outro planeta, bem surrealista. E o pai tentando entender a documentação e aquela língua alienígena. Tudo é uma metáfora de como é a imigração, porque eles vão sem saber a língua e tudo mais. Eu vi muito a minha família ali e também vi que podia ser uma narrativa no qual eu podia falar sobre.

Qual é sensação de estar vendo o seu livro exposto aqui na Bienal?

Nossa, para mim, parece que a ficha ainda tá caindo, sabe? Quando eu vi o livro impresso, já fiquei bem emocionado. Conforme as semanas, eu dei uma choradinha de felicidade. Mas, com a HarperCollins aqui e vê no estande, é uma honra muito grande e engradecedora. Isso só me dá vontade de trabalhar mais e conseguir fazer coisas mais incríveis. De qualquer forma, é minha primeira experiência e meu primeiro livro publicado.

Histórias e o crescimento das Webcomics com Monge Han
Entrevista com Monge Han na Bienal do Livro 2023

Cite 3 webcomics ou quadrinhos que você recomenda a todos:

“A Chegada”, sei que comentei muito, mas me marcou demais. Qualquer uma do Moebius, ele é um quadrinista que nem está no meio asiático e nem no norte-americano, é europeu e tem um trabalho incrível. Agora, vou indicar o “Vozes Amarelas”, um quadrinho com várias retóricas sobre amarelitude, ser uma pessoa amarela no Brasil e que está sendo lançada pela HarperCollins.

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