Divulgando a sua obra na Bienal do Livro 2023, Franklin Teixeira conversou conosco sobre seu livro “Visão Noturna” e o horror queer. Junto com a Editora Intrínseca, o autor apresentou mais de seu lançamento e teve contato com seus leitores. Com exclusividade ao Manual Geek, Franklin Texeira falou de suas inspirações para sua obra:
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Você alguma vez na vida já tinha imaginado esse momento: Lançar um livro na bienal e por uma editora grande? Qual o sentimento?
Para ser bem sincero, já. Porque, justamente, um dos motivos de ter escrito esse livro é que queria lançar junto com editora e participar da Bienal. Mas, não imaginava que seria pela Intrínseca, porque ela é muito especial para mim e incrível. Mas, com a ajuda do destino e da minha agente, consegui e estou muito feliz de estar aqui. Ainda mais essa semana, que está bem cheio, e estando em contato com os leitores.
Pode nos contar um pouco sobre “Visão Noturna”?
“Visão Noturna” é um livro que gosto de chamar de horror queer , porque tem os elementos do suspense e terror e trata da cultura queer e LGBTQUIAP+. Os protagonistas são dois garotos que tem um canal chamado “Visão Noturna” e eles fazem documentários de lendas urbanas. Então, eles vão para a região serrana do Rio, no interior, para investigar as diversas lendas que essa cidade tem. E nisso o protagonista, Theo, tem que lidar com os sentimentos que está começando a sentir pelo melhor amigo. Eu gosto brincar que é um terror real com um terror de sentimentos.
Qual foi sua inspiração para desenvolver a obra?
Esse projeto começou a ser pensado há muitos anos e era um romance contemporâneo. Mas, quanto mais eu escrevia, mais eu colocava suspense, terror e investigação. Com o passar do tempo, o livro foi tomando outra forma e ,na época em que escrevi, minha intenção era publicar com alguma editora e me parecia que um livro contemporâneo iria emplacar mais fácil. Mas, não consegui e acabei colocando esses elementos de suspense que sempre me atraíram muito e, por acaso, com a Intrínseca, me pediram para acentuar mais e colocar mais terror no livro.
Como foi o processo de criar uma história de suspense e juntar com a construção de um romance?
Foi uma coisa muito natural, porque eu sempre gosto muito de obras, tanto livros, filme e séries, que fazem essa mistura. A minha grande inspiração que tenho é a série Twin Peaks, que é bem antiga, mas é muito influente. Se você assistir, a série parece que é uma novela, porque tem muitos elementos exagerados. Mas, depois vai entrando o suspense, a investigação, o terror, a comédia e eu gosto muito desse tipo de obra que mistura vários gêneros. Então, para mim, é muito natural fazer essa mistura, do suspense com terror num romance, e um influenciando o outro.
Qual foi o livro que te fez virar autor?
Acho que foram em dois momentos: O autor que eu mais li ( que tive mais contato com todos os livros) foi a Anne Rice, com os vampiros dela, que tem a mistura do sobrenatural com os sentimentos e ela me fez ir por esse caminho com as minhas histórias. Depois de virar mais adulto foi o Murakami, um autor japonês, que coloca em suas histórias o sobrenatural e o bizarro e, também, puxa pelo drama pessoal.
Cite 3 autores nacionais que você indica para todo mundo.
Vitor Martins, que quando comecei a andar na Bienal mesmo, fiz amizade com ele e adoro os livros. A Olívia Pilar, minha colega de editora e escreve muito bem. E o Renato Ritto, que também é meu colega de editora. E são três autores que todo mundo vai gostar e se divertir muito.