A logo do Rock in Rio desaparece e quem está no palco mundo sabe o que significa. O próximo show está prestes a começar. As luzes que iluminam os olhos apagam. A plateia começa a gritar, como se não houvesse amanhã. Minha mão começa a tremer, assim como meu coração que está prestes a ver finalmente a banda que cresci ouvindo, pela primeira vez ao vivo.
Então começa uma versão da cantora Lorde de “Everybody Wants To Rule The World“. Nesse momento fecho os meus olhos e lembro de minha infância. Lembro-me de estar dentro do carro, no banco de trás, e meu pai colocando o CD, que sempre começava pela mesma música. Eu sabia a letra de cor e cantava junto com ele como se fosse um momento único entre nós dois. Lembro-me de cada viagem para Teresópolis ouvindo essa música, de cada momento, de cada letra.
Assim que abri meus olhos a versão clássica tocou e as luzes se ascenderam, num tom roxo junto com o letreiro da banda. E assim, o Tears for Fears entra no palco. A galera de todas as idades vai a loucura. Assim que olho para trás vejo o rosto do meu pai. O sorriso dele dizia muito mais que mil palavras. E quando o trecho de “Welcome To Your Life, There’s No Turning Back” meu amado pai começa a dançar. E em seu olhar, vi nossa conexão ligada mais uma vez, pois comecei a cantar junto com ele. Não era mais no carro, era lado a lado.
Conectados pela emoção e pelas vozes de Ronald Orzabal e Curt Smith. Nada mais importava naquela sensação, só a paz e o amor por um conjunto.
Ajude-me a aproveitar ao máximo a liberdade e o prazer, nada nunca dura para sempre, todos querem dominar o mundo.
Por Luisa Souto