A banda californiana Red Hot Chili Peppers fechou muito bem o Rock in Rio 2017. O último show do festival contou com a experiente banda com mais de 30 anos de carreira e mais de 80 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo. Anthony Kiedis, Flea, Josh Klinghoffer e Chad Smith fizeram um show seguro, direto ao ponto, com um setlist que passou por muitos, mas não todos, os sucessos da banda.
É evidente o crescimento da banda com o novo (agora já velho) guitarrista Josh Klinghoffer. Se compararmos os shows da turnê do álbum “I’m With You” com os atuais, parece que vemos um outro guitarrista completando o quarteto californiano. O entrosamento e a presença de palco só deixam o som dos Chili Peppers mais convincente. Até mesmo se pegarmos algumas entrevistas podemos ver um crescimento pessoal do Josh. Antes tinha um comportamento muito introspectivo e parecia não saber como se comportar na frente das câmeras, e agora ele faz parecer que já se acostumou com a grandeza da banda e com o ingrato trabalho que é substituir o insubstituível John Frusciante.
Durante as 16 músicas tocadas podemos notar um Anthony Kiedis um pouco cansado, mas não me entendam mal. A sequência de shows é intensa. Só nessas últimas semanas foram feitas apresentações dias 15, 17, 20 e 21 de setembro, além do Rock in Rio no dia 24. Isso tudo mais as viagens desgastantes entre Estados Unidos, Irlanda e Brasil. O que quero dizer é que ele apenas se poupa um pouco mais em suas “dancinhas” durante as músicas. Sua performance e a energia que transmite ainda são as mesmas. Mas o tempo passa para todo mundo e é muito normal que a banda, com seus 34 anos de estrada, precise se poupar. Afinal, Anthony está com 54 anos, o que pode não parecer pois o vocalista esteve sempre em boa forma física.
O show caiu na data em que se comemoram os 26 anos de lançamento do clássico CD “Blood Sugar Sex Magik”, coincidência? É a segunda vez que essa “comemoração” é feita aqui no Rock in Rio. Para brindar o fato, lá em 2011 eles tocaram a música homônima ao CD, e dessa vez trouxeram “Sir Psycho Sexy”, “They’re Red Hot” e “The Power of Equality”, além, claro, das sempre presentes “Under the Bridge” e “Give it Away”. Todas elas sempre muito bem recebidas pelo público. Talvez por isso tenham deixado o novo CD um pouco de lado, tocando apenas 3 músicas. A canção que é certeza quando eles estão no Rio de Janeiro é “Did I Let You Know” do álbum “I’m With You”, que se fez presente pela terceira vez em três shows.
Com 11 CDs na bagagem é realmente muito complicado agradar a todos. Sempre irão ficar de fora alguns sucessos, ao menos que se incorpore Axl Rose e sua turma e façam um show de 3 horas de duração. “Scar Tissue” e “Otherside” foram as músicas que o público mais sentiu falta no setlist. Além dessas duas, gritaram incessantemente para que tocassem “Dosed”, música do CD By The Way, que nunca havia aparecido ao vivo, principalmente pelo ao fato de várias linhas de guitarra se misturarem o tempo todo, mas Josh, depois de algumas tentativas, conseguiu fazer com ela fosse tocada duas vezes. Mas o pedido do público infelizmente não deu resultado e os Chili Peppers seguiram o seu roteiro.
No total a apresentação durou um pouco mais de 1h30, o que segue os padrões da banda. Entre as improvisações que são uma das suas grandes marcas, vale uma menção honrosa a introdução de Flea e Josh para a música Californication. A jam foi muito bem tocada, mostrando que o entrosamento entre os dois vem aumentando cada vez mais.
A banda volta a se apresentar no dia 07 de outubro no Texas, Estados Unidos, seguindo sua turnê mundial. Para os fãs brasileiros, os Chili Peppers acabaram de confirmar presença no festival Lollapalooza, que vai acontecer nos dias 23, 24 e 25 de março em terras paulistas.
Por Fabio Ferro