Criadora de conteúdo a respeito de literatura e romances, Paola Aleksandra abriu o seu coração com público para falar do gênero. Além disso, apresentou avanço e diversidade nas histórias, junto com a procura por mais obras voltadas para o estilo de leitura. Em uma entrevista para o Manual Geek, ela contou mais sobre sua perspectiva sobre os romances e a sensação de estar presente na Bienal do Livro 2021:
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1.Como você se sente na Bienal, mesmo com a pandemia?
Está sendo meio agridoce, uma parte minha fica receosa, fiquei muito tempo fechada, tive filha, então eu realmente estava muito reclusa. Sair de casa foi muito desafiador, essa rotina de pegar avião foi a primeira vez de tudo, ficar longe da minha filha. Então eu cheguei com um misto de sensações do tipo ” eu poderia estar aqui?” ” era hora de ter esperança?” , ” era hora de voltar ao normal?”. E quando cheguei aqui, foi maravilhoso. Eu me senti segura, amada, o carinho das pessoas, tanto tempo solitária. Quando a gente faz conteúdo para a internet, sempre recebemos feedback das pessoas, mas é um contato longe ainda, cansativo e exaustivo. Assim ver as pessoas virem aqui e falar ” seus vídeos me ajudaram muito na pandemia”, ” com seus stories me ajudavam não a ficar tão sozinha”, isso fez que eu percebe-se que era realmente para estar aqui.
2.Como você reage sendo um dos principais nomes de produção de conteúdo literário, voltado para romances?
Parece que é um sonho, porque eu sempre fui do tipo de levantar a bandeira para o romance. Tanto que quando criei o canal, já havia alguns que falavam de literatura, mas nenhum que focava, exclusivamente, em romance. Então eu já comecei falando assim, falando de romance de banca, que ninguém sabia o que era, romance de época, que poucas pessoas liam no Brasil. Eu sempre gostei e sabia que um dia as pessoas iriam saber que foi no “Livros & Fuxicos” que iriam encontrar mais. Mas, acima de tudo, eu queria que as pessoas entendessem e respeitassem mais o romance , pois sempre foi visto como menos no mundo literário. Demorou muito tempo para o gênero crescer e hoje, a gente está aqui e podendo falar com orgulho ” eu leio romance”.

3.As suas obras que foram publicadas são baseadas em alguma história real ou de criação única?
Como são histórias de época, a maioria dos aspectos são de assuntos que acabo pesquisando muito e com o que quero trabalhar. Então, por exemplo, “Livre para recomeçar”, que se passa no século XIX, a primeira ideia que tive de colocar na trama é pegar a personagem que havia sido internada num hospício pelo seu marido. Porque, naquela época, era muito comum ter diagnóstico de histeria devido a cólica, menopausa, não saber cozinhar, costurar. E os homens utilizavam esse termo para abafar as mágoas da mulher. Quando li a respeito disso, eu pensei que precisava escrever um livro sobre isso. É daí que vem o start, são os temas em si.
4.Tem algum livro seu que não está publicado, mas você sente que precisa ser compartilhado com as pessoas?
Meu sonho agora é escrever um romance contemporâneo, que se passa no tempo atual. Mas que vai trazer temas tão importantes quanto os que acredito. Estou terminando o de época, mas quero focar numa trama contemporânea, quero ver se consigo também, pois estou tão acostumada com o de época.

5.Como você vê o gênero romance para as gerações futuras?
Acho que o mercado já está mudando, a previsão hoje é que as pessoas consigam olhar o romance e entender que é para todo mundo. Porque é um gênero diverso. A gente, por muito tempo, viu o mesmo padrão, era sempre o mesmo clichê, os personagens. Agora, temos de vários tipos e a podemos ver que nos identificamos com o personagem. E trazer o máximo de diversidade que é digno de uma história de amor.
6.Para encerar, diga 3 inspirações que você considera muito importante na sua vida:
Para me formar como leitora, Jane Austen, eu gosto muito do que ela construiu como escritora e como mulher. Sou muito grata a Julia Quinn, pois foi com ela que comecei a ler mais romance de época e de banca, e pensar que eu gostaria de escrever mais histórias assim. E também as pessoas que moldam o “Livros & Fuxicos”, que seguem e compartilham, porque a sensação de ter mais pessoas que gostam do mesmo gosto e do que acredita, vale muito a pena.