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No dia 7 de agosto é homenageado o dia do documentário brasileiro, um gênero que não possui tanta visibilidade, mas que não para de evoluir. Com o intuito de dar mais visibilidade ao documentário e de fortalecer a entidade que foi criada em 1973 para defesa dos seus realizadores e dos cineastas brasileiros, a partir de 2011 todas as ABDs instituíram, juntamente com a ABD (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas) nacional, a criação do Dia do Documentário: 07 de agosto.

Por mais que o cenário de documentários brasileiros não seja tão forte, existem bons títulos que deveriam ter um destaque maior, no qual abordam assuntos do cotidiano e até mesmo mais polêmicos. Diversos deles precisam urgentemente de uma atenção maior, sejam eles mais atuais ou antigos, já que retratam características marcantes da história do nosso país. Então serão homenageados cinco obras cinematográficas do cinema nacional que podem abrir os olhos de milhões de espectadores.

1. Ilha das flores (1989)

Por mais que o curta-metragem documental seja de fácil entendimento, o assunto não é nada fácil de engolir. A obra conta a história da Ilha das Flores, terreno localizado à margem do rio Guaíba, perto de Porto Alegre, e que recebe grande parte do lixo produzido na capital.
A propriedade em questão pertence a um criador de porcos e algo desumano acontece no terreno. O lixo depositado no local primeiramente é separado para a alimentação dos porcos, após isso, o restante é dividido entre pessoas que moram por lá. O documentário traz pontos importantes: desperdício, desigualdade social, o lado ruim do capitalismo, além de diferenças econômicas, sociais e culturais no geral.

2. Cabra marcado para morrer (1984)

O documentário é considerado um dos maiores da história do cinema brasileiro. Produzido por Eduardo Coutinho, foi preciso interromper as filmagens durante a ditadura militar no país e por isso foi feito em duas partes. O que parecia que iria dar errado na verdade se transformou em uma grande obra prima. O filme conta a narrativa semidocumental da vida de João Pedro Teixeira, um líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962.

Cabra Marcado para morrer
Cabra Marcado para morrer

3. O prisioneiro da grade de ferro (2003)

Lembrado como um dos documentários mais importantes feitos no Brasil, a obra retrata o cotidiano dos presos e o que era preciso fazer para sobreviver atrás das grades. Saindo da imagem curta e do pensamento raso sobre a rotina dos detentos, o documentário convida o espectador a conhecer mais sobre os grupos que existem dentro da prisão: homossexuais, praticantes de macumba, os que aderiram à prostituição, etc.
A obra ainda traz à tona a precariedade do serviço carcerário no geral, desde sua ala hospitalar até estrutura e segurança.

4. Jogo de cena (2007)

E Eduardo Coutinho aparece novamente. Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres interessadas em participar do documentário contaram suas histórias de vida em um estúdio. Coutinho convida as personagens a compartilharem suas alegrias e tristezas, convidando para bem perto as experiências mais marcantes. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas. O longa mistura realidade e dramaturgia, onde os personagens reais falam da sua própria vida, depois estas personagens se tornam modelos a desafiar atrizes e por fim, as atrizes interpretam as personagens.

5. Serras da desordem (2006)

O filme reproduz a trajetória de Carapirú, um índio Awá-Guajá, que vê sua tribo invadida e massacrada por fazendeiros e madeireiros tomadores de terras. Carapirú consegue fugir e inicia uma longa jornada pelos sertões, cidades e matas de diversas regiões do país, do Maranhão ao sul da Bahia, buscando sobrevivência. Em um determinado momento, no sul da Bahia, o índio é acolhido por uma família local, e em seguida é encaminhado para Brasília pelo FUNAI, com a finalidade de identificá-lo e resolver sua situação. Para isso, é buscado o contato com algum representante de sua tribo. Por coincidência, o índio designado para ir a Brasília reconhecê-lo é Txiramukum, seu filho que havia sido capturado no dia do massacre, e que agora se tornara adulto e integrante do Posto Guajá, criado para dar assistência aos pertencentes a etnia. Seguindo a história de Carapirú, o filme retrata e critica essa intervenção agressiva e desordenada do homem branco às civilizações indígenas, massacrando aldeias, desmatando e desabitando suas regiões em busca de desenvolvimento, produção e exploração de recursos naturais.

Serras da Desordem
Serras da Desordem
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