Hwayugi: Uma Odisseia Coreana é um dorama que superou todas as minhas expectativas. De início, estava relutante para assistir, mas depois que descobri que era o tipo que envolvia demônios, seres do outro mundo, plano celestial e monstros, resolvi dar uma chance e não poderia estar mais satisfeita com o resultado. O enredo, os personagens, o romance e, até mesmo, os efeitos especiais, tudo estava impecável de maneira equilibrada. Mas vamos por parte.
A história gira em torno de Jin Sun-mi, ou Samjang para os espíritos, uma humana que nasceu com um tom extraordinário de ver o sobrenatural, além de ter a missão do plano celestial para proteger a humanidade. Quando criança, ela libertou Son Oh Gong, uma entidade castigada por erros do passado. Forçado a protegê-la, ambos se unem para combater os espíritos malignos que perambulam pela Terra e fazer a Samjang completar sua missão na Terra. Toda a trama foi uma releitura do romance chinês “Jornada para o Ocidente”.
O enredo se mantém fiel à proposta inicial do começo ao fim, sem fugir da sua forma radical, nem sendo algo chato ou cansativo, pelo contrário. Uma Odisseia Coreana te faz ter vontade de continuar, de acompanhar a trama central e as paralelas, além de querer saber como os protagonistas vão resolver o destino fatal que os cerca. Todos os episódios são de tirar o fôlego, literalmente, deixando um gostinho de quero mais no final de cada um.
Os personagens são um espetáculo à parte. Bem escritos e, principalmente, bem interpretados, cada um tem uma personalidade forte bem definida e uma história muito interessante por trás de cada um. Por exemplo, temos P.K, um monstro que finge ser um idol de K-Pop para capturar a energia de seus fãs; General Invernal e Fada Veranil, almas irmãs que dividem o mesmo corpo; Rica, inicialmente uma zumbi renascida pelo sangue da Samjang, mas que depois se torna uma poderosa sacerdotisa; Ma Ji-Young, a secretária fiel do Rei Demônio, entre muitas outras personalidades icônicas, como o humano alheio a todo esse universo.
O que mais se destacou, até mais que os próprios protagonistas, foi o Woo Ma Wang, ou Rei Demônio Woo, um monstro que vive como CEO de uma empresa de entretenimento e busca virar uma entidade. Cômico na metida certa, esse personagem tira boas risadas e comove com a verdadeira história por trás de todo o desejo de se tornar uma criatura divina.
O romance está em destaque pois não é algo pronto, ele vem sendo construído ao longo dos episódios, o que é legal, e foge dos tradicionais romances de dorama, no qual a mocinha é uma menina ingênua que se apaixona perdidamente pelo mocinho bonitão. Não, tudo começa com Jin Sun-mi obrigando, através de um artefato mágico, o Son Oh Gong a se apaixonar por ela. Sem dar muitos spoilers, mas é necessário ver para entender porque ela teve que tomar uma atitude tão extrema como essa. Mas é interessante como eles vão levando esse falso romance até o capítulo final.
Os efeitos especiais também são algo que chama atenção, pois ao se tratar de um dorama místico, com monstros, espíritos malignos e plano celestial, é de se esperar que haja efeitos especiais, e é garantido, eles não decepcionam. Não é algo exagerado e muito menos algo tosco. Para um dorama, os efeitos de fato convencem o telespectador. Sem exageros, parece um filme, não uma produção destinada à televisão.
Por fim, outro ponto para se destacar é a mensagem por trás de todo o dorama que, na verdade, a pura maldade está na própria humanidade. Sem mais detalhes, é necessário assistir para entender seu sentido. É um dorama que trás fantasia, lendas e romance, além de fazer rir e chorar, ou seja, não tem do que reclamar, agrada a todos os públicos. Para quem quiser assistir, está disponível na Netflix e no Viki. Garanto que não vai se arrepender de dar uma chance à Uma Odisseia Coreana.