Depois do esquenta em “Homem-Aranha“, chegou a hora de embarcarmos de vez no Multiverso na produção de Doutor Estranho 2. Afinal, estamos em mais uma etapa que contextualiza essa mitologia tão marcante na Marvel. Diante de uma ameaça tão forte, também é possível ter uma experiência imersiva e bastante reflexiva. Ainda mais, com toques de terror e suspense vindo de Sam Raimi. Portanto, vamos falar mais de “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”:
Roteiro Simples, mas dinâmico:
Em primeiro lugar, Multiverso da Loucura mostra que não se prenderá às amarras criadas pela política de “diversão familiar”. Em poucos minutos, o espectador vê mortes, desmembramentos e traições. Sendo que choca quem esperava por uma produção “receita de bolo” da Marvel. Ao mesmo tempo em que estabelece o momento emocional de Stephen e alguns poderes de América Chavez, esse início também serve como prévia para o ritmo alucinante que dominará o longa.
Diante de um roteiro, escrito por Michael Waldron, mais simples e prático, poderia facilmente ser algo muito complexo e deixar muitas pontas soltas ou ser um completo fan service. No entanto, tudo está mais orgânico para termos uma produção mais concreta e compreensível. E ainda subvertendo a nostalgia com um desfecho de terror cômico inesperado e completo. Sem contar que, ao invés de muitas explicações verbais, temos elementos visuais que situa pública e surpreende em inúmeros momentos. Decerto, evoca temáticas como responsabilidade, poder e egoísmo. Mesmo que momentos tocantes num multiverso cheio de espelhamentos internos e possibilidades de caráter.
Veja também: Confira os personagens que estarão em Doutor Estranho 2
Multiverso do terror?!
Sam Raimi, o diretor do longa, tem um histórico marcante dentro do gênero de Terror. Assim, ele abusou do que tem de melhor em Doutor Estranho 2. Dispondo de diferentes perspectivas e ângulos da cena, uso inteligente de iluminação, uma fantástica edição, e até se aproveitando de utensílios médicos para dar mais clima. Mas, desta vez, não é apenas uma cena, é no filme todo. Também é marcante como Raimi controla o caos. Pois cada composição de cena é muito cuidadosa, indo de momentos de suspense e tensão. Além de manter cenas de humor mórbido e aquela sensação cômica, típica do MCU.
Agora, o mergulho é incrivelmente potencializado pela atuação de Elizabeth Olsen, que transita brilhantemente entre a doçura de Wanda e a crueldade da Feiticeira Escarlate. Não importa o momento, ela consegue transmitir tudo o que está sentindo. Uma história tingida de terror que transita entre intimidade emocional e viagens visuais. Benedict Cumberbatch também consegue dar a Stephen Strange uma série de novas camadas que eram apenas sugeridas em produções anteriores. Principalmente, para uma jornada de autoconhecimento e um crescimento ainda maior para o personagem no futuro. O elenco de apoio também faz um trabalho competente. Apesar de não brilharem tanto, cada traz um complemento para Multiverso da Loucura. Ou seja, lembrando ao protagonista de suas e virtudes e ajudando-o repetidamente a superar algumas de suas falhas mais gritantes.
Conclusão:
Portanto, diante de tamanha grandiosidade, Doutor Estranho 2, vulgo Multiverso da Loucura, carrega um espetáculo de entretenimento. Porém não esquece das raízes que marcam a Marvel Studios em suas histórias e corações. Mesmo assim, sua entrega entre doses de humor e terror no uso criativo de efeitos e magias, vão deixar o público satisfeito. Transformando a alma criativa dos quadrinhos na aula de narrativa que tantas franquias precisam hoje em dia.
Não deixe de ver: Confira o que assistir antes de Doutor Estranho 2