Sendo um lançamento da Editora Verus, vamos conhecer a fundo do romance de estreia de Emmanuelle Pirotte, “Ainda estamos vivos”. Pois temos uma obra que tem contexto durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, comenta sobre força da amizade em tempos de conflito. Por outro lado, desconstrói ideias maniqueístas sobre o período de forma respeitosa e empática. Mas, vamos comentar passo a passo, diante do livro “Ainda estamos vivos”:
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Sinopse:
Escrito a partir de um roteiro cinematográfico, o livro parte do tenso encontro de uma menina judia e um soldado alemão na Segunda Guerra. Renée diz ter 7 anos, mas não sabe sua idade, nem mesmo seu nome real. A tragédia da guerra a fez se refugiar em porões de famílias diferentes durante toda a sua vida. Em mais uma de suas corridas pela sobrevivência, é entregue a dois soldados com uniformes americanos, que se revelam infiltrados alemães em pouco tempo.
O que era para ser a cena de assassinato da criança ganha um fim inesperado. Mathias, um dos soldados, é movido por uma emoção inexplicável e atira em seu parceiro para defender Renée. A partir desse acontecimento, os personagens entram em uma jornada de descobertas. O leitor entende Mathias e Renée conforme eles conhecem um ao outro e a si mesmos.
A menina é dona de uma maturidade fora do comum. O caos da guerra, a ausência da família e a falta de informações sobre a sua origem transformaram Renée em uma criança de sabedoria quase milenar. Observadora, aprendeu a se portar diante das famílias por onde passou e a ter certa frieza. Por muitas vezes, isso garantiu sua sobrevivência.
Mathias, frio e calculista, reage a Renée de forma inconstante. Ora com encanto, ora com raiva. O soldado é sempre imprevisível e surpreende o leitor a cada capítulo.
Sobre a autora:
Em seguida, precisamos falar um pouco da criadora do enredo. Nascida em 1968 na Bélgica, Emmanuelle Pirotte é historiadora da arte, roteirista e escritora. Sem contar que é filha do escritor e pintor, Jean-Claude Pirotte. Para quem não sabe, “Ainda estamos vivos” é seu primeiro trabalho como autora. Em entrevista concedida à livraria Mollat, em 2016, ela diz que a obra foi originalmente o resultado de um esforço com Sylvestre Sbille.
Isso vem do fato de crescerem em famílias ligadas à resistência ou a crianças escondidas durante a guerra. Ainda mais, eles “foram assombrados por essas histórias”. Diante disso, escreveram um roteiro juntos para tentar virar uma obra cinematográfica. Mas, devido a demora, Emmanuelle transforma as páginas em um trabalho literário. Atualmente, já foi traduzido para quinze idiomas e conquistou algumas premiações do mercado editorial.
O que esperar do livro?!
Decerto, “Ainda estamos vivos” traz um momento específico para uma transformação completo. Afinal, é ambientado em um período conturbado da história da Europa. Especialmente no declínio do exército nazista e os últimos abusos gratuitos gerados pela SS antes de assinar sua rendição. Ainda que conta a respeito da amizade improvável entre um soldado alemão e uma menina judia, no qual nasce uma relação forte. Como se fosse um toque de esperança na escuridão da guerra.
Todavia, é uma produção que mostra a quebra da infância, em que as crianças são forçadas crescer muito rápido para enfrentar as dificuldades e lutas durante esse período. Principalmente, para uma garota judia que perdeu tudo num piscar de olhos. Com toda a certeza, o livro é uma forma de aprendermos mais sobre humanidade em tempos difíceis. Também uma lembrança de um momento mais do que marcante.
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