Resenha: Querida tia, de Valérie Perrin

Querida tia, de Valérie Perrin, foi aquele livro que me conquistou aos poucos. Com personagens complexos e um mistério por trás da vida e morte de Colette, é uma história delicada que fala de autodescoberta, família e luto. Vem comigo saber mais!
A história de Colette
Colette foi uma mulher sem história. Pelo menos, era nisso que Agnès, sua sobrinha, acreditava até o dia em que recebe uma ligação da polícia, comunicando o falecimento da tia. Ela é pega de surpresa, afinal, Colette havia sido enterrada três anos antes no cemitério de Gueugnon.
Por ser a parente viva mais próxima, cabe a Agnès voltar à cidadezinha da Borgonha e reconhecer o corpo. Se o óbito da tia for mesmo confirmado, quem estaria enterrado em seu lugar? E por que Colette fingiria a própria morte?
Essas e outras perguntas marcam o início de uma profunda investigação do passado. Com a ajuda de velhos amigos, testemunhas inesperadas e uma misteriosa mala cheia de fitas cassete, Agnès reconstrói a história de sua família, cujo destino está ligado a um circo de horrores, à única sobrevivente de uma família judia exterminada pelos nazistas, a eventos envolvendo um célebre pianista e um assassino sem escrúpulos, às manobras traiçoeiras de um predador sexual e à paixão desenfreada pelo time de futebol de Gueugnon.
+ Resenha: Sorte no Amor, de Lynn Painter
Uma leitura que conquista aos poucos
Esse foi meu primeiro contato com a escrita da autora. Eu já estava bem curiosa para ler algo de Valérie Perrin, principalmente depois do sucesso de Água Fresca para as Flores e Três, e confesso que, no início, senti um pouco de dificuldade para me conectar com a história. Acho que isso aconteceu porque a narrativa vai e volta no tempo, além de apresentar muitos personagens. Então, até pegar o ritmo, comecei achando a leitura um pouco monótona. Mas, sem dúvidas, ao longo da leitura a história me prendeu, e a escrita da autora passou a não parecer tão densa assim.
A narrativa é meio que dividida em três tempos: o passado de Colette, o presente com a sobrinha Agnès e a história contada nas fitas que Colette deixou. Obviamente, o maior mistério é tentar entender por que Colette forjou a própria morte e quem foi enterrada em seu lugar. E mesmo com o problema de uma leitura um pouco arrastada, essa vontade de descobrir o que realmente aconteceu nos faz continuar nessa viagem pelo passado e presente.
+Lançamentos da Intrínseca em Agosto/2025
Falando em pontos de vista, aqui eu diria que Colette é a nossa grande protagonista, enquanto Agnès é uma personagem de apoio que tem o papel de transmitir a história nunca antes ouvida da tia. As duas são mulheres fortes e independentes que, mesmo se achando tão diferentes, são mais parecidas do que imaginam. E, ao longo do livro, vamos acompanhando todos os sentimentos e fragilidades das duas quando o assunto é família e amor.

O que me incomodou!
Talvez uma das poucas coisas que me irritaram foi a quebra de expectativa entre um capítulo e outro. Como assim? Bom, os capítulos, em sua maioria, terminam de forma UAL e aí você começa o seguinte e não é exatamente a continuação que esperava. Com isto, alguns assuntos ficam meio jogados durante a história. Isso interfere muito? Não, mas me deixou com a ansiedade atacada por ser uma grande curiosa!
Vale a pena ler Querida tia?
Sem dúvidas! Se você leu os outros livros da autora, precisa ler Querida tia. Este é um livro perfeito para quem quer sair da zona de conforto, refletir sobre a vida e, principalmente, deseja uma leitura delicada e cheia de significados.




