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Entrando no espírito das literaturas para o Halloween, trouxemos tudo sobre o livro “O Enfermeiro da Noite”, de Charles Graeber. Seguindo os passos do serial killer, o autor conta nos mínimos detalhes o que o fez ser tão reconhecido, desde o início de sua trajetória. Lançado pela Editora Intrínseca, o livro-reportagem pinta um retrato vívido da loucura e oferece um vislumbre penetrante do sistema de saúde norte-americano. Diante disso, vamos falar mais de “O Enfermeiro da Noite”:

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Um homem nada suspeito:

Assim entramos nas primeiras páginas dessa narrativa, vemos que a trama de “O Enfermeiro da Noite” prende sua atenção do começo ao fim. O serial killer que admitiu os crimes e, desde 2003, cumpre pena perpétua pelo assassinato de 40 pessoas. Mas, segundo analistas, o total de vítimas pode chegar a 400. Aliás, a figura do homem é algo estudado na obra, com ausência total de empatia imerso a um vazio emocional buscando emoções fortes de forma impulsiva, desprezando as relações humanas e a consequência dos seus atos. A vítima é apenas um objeto para o assassino nessa história chocante e muito bem orquestras. O enredo aqui é policial e privilegia a fase da sanção, ou seja, o núcleo do enredo é a busca da identidade de um assassino pelo detetive, que, ao realizarem sua performance, sanciona o criminoso.

Sem contar que entendemos um olhar informativo, mas muito perturbador, sobre a inadequação do setor de saúde de hoje. Pois, muito poderia ter sido evitado, se houvesse mais investigação a respeito do caso. A equipe corporativa de hospitais encobriram conscientemente os crimes de Cullen porque priorizaram seus lucros e suas reputações sobre a vida e o bem-estar de seus pacientes. Tanto que esse fato é uma pauta recorrente do livro.

Narrativa construtiva demais:

Talvez a grande questão da obra foi o uso de elementos que não são totalmente verídicos, por parte do autor. Afinal, ele construiu tudo como uma grande história mesmo, com diálogos e intenções tal qual seria de personagens em um livro de ficção. O problema é que mesmo sabendo que ele reuniu inúmeras informações, teve acesso a todo tipo de material sobre o caso e também conversou com o próprio Charles Cullen dentro da prisão, não sabemos se é verdade ou não.

E ainda, essas intenções, emoções e reações que foram descritas no livro em forma de narrativa são genuinamente pertencentes ao assassino. E no true crime isso é um pouco arriscado, porque você pode estar imputando sentimentos ou falas que não cabem ou não pertencem ao indivíduo prejudicando esse senso, essa noção de neutralidade tão característica do gênero.  É claro, não foi o suficiente para arruinar a experiência de leitura, muito pelo contrário, fluiu muito bem do início ao fim, a minha atenção foi capturada desde a primeira página. Mas, o uso desse recurso é , um tanto quanto, arriscado demais.

Conclusão:

Portanto, “O Enfermeiro da Noite” é considerado um trabalho interessante sobre um caso que traz assuntos importantes. Além de retratar, em detalhes, a postura e métodos do Serial Killer, vemos a possibilidade de avançar mais os comportamentos e históricos desse tipo de narrativa. Sendo que segue no caminho certo para se estabelecer como uma das maiores produções de dramas policiais da atualidade.

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