Se você acha que romance de época é só Jane Austen e as irmãs Brontë, está muito enganado. Escrito pela brasileira Amanda Bonatti, o livro O Bosque de Faias é uma mistura de Austen com toques de modernidade, já que conta a história de Joana, uma jovem francesa que luta pelo seu direito de liberdade. No entanto, sua família está em desespero devido a quantidade de negações que a protagonista dá aos seus pretendentes.
Essa é uma característica muito marcante nesse gênero, uma protagonista que sabe muito bem o que deseja e não quer que outros escolham por ela, mostrando um emponderamento na história e que nem toda dama precisa ser uma personagem encantada das histórias infantis. E, principalmente, por ser em uma época em que os pais ditavam as regras e firmavam acordos nupciais unicamente baseados em dotes e interesses, tanto que há uma crítica social bem presente ao longo da história.
É claro que o romance se encontra, mas o que realmente é interessante é notar em como era difícil ser uma jovem antigamente. As pressões por um casamento, a perda da liberdade e da escolha e o direito de amar, trazem uma reflexão enquanto estamos lendo na modernidade. Uma mulher pode ter os mesmos direitos que nem homem tem e não se pode deixar calar pelas outras pessoas. É isso o que representa Joana. É como se todos quisessem controlar suas vontades, mas ela faz de tudo por seu livre arbítrio. Mesmo com a chegada de alguém que pode mudar tudo ao seu redor, ela permanece com o mesmo espírito.
Além disso, a narrativa do livro é muito fluída e gostosa, que remete a um passeio no bosque (assim como o título, bem sugestivo) e dá uma vontade de voltar no tempo. Em alguns momentos, a história fica um pouco confusa devido as escolhas dos personagens, mas nada que possa estragar.
“O Bosque de Faias” é um romance cheio de pensamentos contemporâneos e que devem ser valorizados ao leitor. Isso é algo que deve ser guardado no gênero, a rebeldia e a visão de um protagonista além de seu tempo.