Antes de começar essa resenha, gostaria de pontuar que não é porque o livro não funcionou comigo que você não deve dar uma chance a ele. Ao contrário do que muitos pensam, é necessário você ler para tirar suas próprias conclusões. Sendo assim, vamos para resenha de Meninas Selvagens.
Sinopse: Há dezoito meses, a Escola Raxter para Meninas entrou em quarentena. Há dezoito meses, uma misteriosa doença virou a vida de Hetty do avesso.
Começou devagar. Primeiro, as professoras foram morrendo, uma a uma. Então, começou a infectar as alunas, transformando o corpo delas em algo cada vez mais estranho. Isoladas do resto do mundo e deixadas à própria sorte, as meninas não se atrevem a ultrapassar o limite da escola. Hetty, Byatt e Reese esperam a cura prometida enquanto a doença se alastra.
Mas tudo muda quando Byatt desaparece. Hetty não medirá esforços para encontrá-la, mesmo que isso signifique quebrar a quarentena e desbravar os horrores que as esperam além da cerca que separa a escola da floresta. E quando Hetty se lança rumo ao desconhecido, descobre que há muito mais mistérios por trás dessa história que ela jamais poderia imaginar.
E com esta premissa maravilhosa chegamos em Raxter com as expectativas lá em. Eu nunca tinha lido nada parecido e fiquei bem empolgada com esse enredo. Quando somos apresentados a Tox, no início do livro, todo um mistério começa a ser construído que deixa o leitor já bem ansioso para desvendar o que pode ter acontecido com essas meninas.
Divido em ponto de vista das duas protagonistas, o livro começa primeiro com uma boa introdução dos personagens e de como funciona a Escola Raxter. As descrições das mutações são muito bem escritas e detalhistas e isso dá um brilho especial na história, pois elas são angustiantes e até faz a sua pele latejar.
Porém, chega uma hora que parece que você não anda, que está no mesmo lugar. Sabe quando você lê e lê, mas nada te prende ou te deixa instigada a continuar a leitura? Foi assim que me senti em determinada parte do livro. Quando finalmente eu sentia que algo ia mudar e eu teria mais ação, o capítulo seguinte era como se eu voltasse para a estaca zero.
Uma das coisas que me deixa desanimada em uma história é quando eu não consigo me conectar com a protagonista, afinal elas são parte principal da história e se você não conseguir senti-las fica complicado de prosseguir. Entretanto, essa característica não se aplica a principal de Meninas selvagens. Hetty é a protagonistas, mas as situações de outras meninas e da escola em si acaba se destacando. O que é maravilhoso porque sinceramente essa personagem é muito ruim. Talvez porque a autora se preocupou mais com a questão da TOX do que em seus personagens. Em contra partida, Bytt e Reese mereciam mais destaques, pois ambas tiveram grandes momentos que não foram aproveitados.
Contudo, não é só de coisas ruins que é feito esse livro. Na parte quando realmente começa a ação, elas são de tirar o fôlego. Você não consegue parar de ler e se vê agoniada pela situação em que as personagens se encontram. O triste que isso só acontece já quando estamos perto do fim.
No geral a autora tinha boas ideias e um ótimo enredo nas mãos. Se fossem 500 páginas seria tranquilo de consumir porque é uma escrita fluida e detalhada na medida, porém a autora quis ser sucinta e acabou não entregando grandes coisas. Eu espero uma continuação depois desse final hein.