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Olá, leitores! Primeira resenha que trago para vocês, e já começo com a rainha dos vampiros: Carmilla de Karstein de Joseph Sheridan Le Fanu, nossa primeira vampira da literatura e primeiríssima em abrir as portas para o amor entre duas personagens femininas, segue o fio…

 

 

 

 Lançado em 1872, Carmilla de Karstein é um romance gótico escrito por Sheridan Le Fanu, com grande importância para a época e para a criação do Vampiro na literatura, Carmilla é uma das precursoras do mito do vampiro na literatura. Carmilla foi uma grande fonte de inspiração para Bram Stoker escrever o romance conhecido hoje como Drácula e é por estes e outros motivos que ela ganha a coroa de rainha dos vampiros. Fiz quatro releituras deste título, sem me arrepender de nenhuma, e apesar do formato de venda; livro único, a história originalmente é um conto que teve sua primeira publicação na revista Dark Blue entre 1871 e 1872 fazendo parte da coletânea In a Glass Darkly, que contava com uma serie de contos que eram estudados por um especialista alemão chamado Dr. Martin Hesselius.

[…] Mas os sonhos vêm através de paredes de pedra, iluminam quartos escuros ou escurecem os mais claros.

A história do conto gira em torno da personagem chamada Laura, orfã de mãe, a doce jovem vive isolada em um castelo na Estíria junto com seu pai e duas governantas. Laura é uma personagem envolta de muita solidão e vive bastante enclausurada, além dos poucos habitantes do castelo, as terras que os senhores de titulos tinham somente aumentavam a distância entre as moradias. Fosse como fosse, na época contada Laura esperava a visita de uma amiga que morava no castelo vizinho, mas surpreendeu-se com um acontecimento na porta de seu castelo; Uma carruagem quebrou durante o trajeto e de dentro uma mulher solicitou ajuda para a sua filha que, segundo esta, estava doente e deveria descansar o máximo possível enquanto aguardava o retorno da mãe que iria a cidade e voltaria com uma carruagem apropriada para andar com a doente, mas deveriam seguir as recomendações das doenças da filha, sendo assim… deveriam deixar ela dormir durante todo o dia se assim desejasse. O pai de Laura aceitou ficar com a moça até que sua mãe retornasse e a jovem belíssima que surgiu chamava-se Carmilla. No instante do encontro das personagens, Laura lembrou-se de um acontecimento de sua infância; quando era pequena acordou chorando em seu quarto depois de um pesadelo e encontrou uma linda mulher, mulher igual a Carmilla, olhando-a na cama. Tal mulher a embalou e a acalmou até que a criança dormisse e Laura somente acordou novamente pois sentiu algo machucar seu pescoço. No encontro Carmilla diz ter sonhado com Laura também a muito tempo e afirma que elas são almas gêmeas.

Durante toda a estória que se segue Carmilla está sempre rodeando e cortejando Laura, havendo alguns episódios de singelos beijos e abraços demorados, que não são detalhados ou explicitados como as literaturas atuais (+ 18), a maneira que Le Fanu escreve os atos ficam implícitos e em sua maioria são sugestivos… Quase como segurar as mãos e abraçar, beijar o rosto, os olhos e etc… Mas com certeza a paixão fica nas palavras que Carmilla sempre troca com Laura, nestas não há qualquer comedimento e o leitor é capaz de ler claramente frases de arrebatamento e amor. Por isso não considero um livro +18, mas fica no julgamento de quem lê. Em contra partida a personagem de Laura acaba por tomar um pouco mais de vida e ter posicionamentos que você não esperava que ela tivesse, pois você realmente espera que ela fique envolta do poder da Carmilla e não lute contra nada, mas por vezes a garota monstra-se confusa, chateada ou desacredita as palavras de Carmilla, mas sem fugir da teia que a vampira lentamente a rodeia.

Talvez por ser uma das “vampiras originais” da literatura e vindo do período em que foi criada, Carmilla é uma vampira clássica que odeia crucifixos, tem aversão a imagens de igrejas e transforma totalmente sua personalidade calma e comedida e manipuladora quando, por exemplo, escuta o hino cantado dentro de uma igreja. Características estas que encontramos em vampiros como o próprio Drácula e O vampiro de John Polidori. Fossem essas suas características e suas novas nuances que ajudaram na criação do mito deste monstro e perpetuaram uma sequencia de literaturas, peças e filmes que assistimos até hoje e que bebem dos clássicos por vezes, para também adicionar características atuais para os vampiros; Como o vampiro Rockstar (Lestat) da Anne Rice, o anel que permite os vampiros andarem no sol de Diário do vampiro e outros. Há também no livro algumas referências aos animais selvagens (lobos) próximos de onde essas criaturas estão e na literatura de Drácula, por exemplo, há claramente os usos de animais selvagens que (inclusive) transforma-se o Conde.

Como a morte e a desgraça sempre acompanham esses seres, a permanência de Carmilla no castelo casa perfeitamente com mortes misteriosas de mulheres na região e leva ao castelo o vizinho da família de Laura que alega ter perdido sua sobrinha em uma morte misteriosa a poucos dias, mas está certo que tal mal que tem assolado a região vem de um antigo vilarejo e um castelo em ruínas que fora abandonado a anos quando todos os habitantes desapareceram e apenas o mal era sentido ali. Ao passo que Laura recebe essas noticias, seus pesadelos e delírios noturnos continuam a piorar. O final você deve imaginar, aqui também temos um final clássico para um vampiro clássico, mas a construção e as palavras de Le Fanu, com certeza, conseguem fazer o leitor chegar ao ápice do que é contado e se a gente ama ler livros porque consegue imaginar tudo o que é descrito, meu amigos… é lindíssima a ambientação que Sheridan cria para o desfecho da Carmilla.

Se você nunca leu Carmilla, mas ama vampiros, ta na hora de pagar essa dívida. Pois tudo o que você consumiu até hoje vem muito dessa rainha.

Até a próxima!

 

 

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