Depois de muita espera, temos A Espada de Oleandro, o segundo volume da série Os Reinos em Chamas, da autora britânica Tasha Suri. Publicado pela Galera Record, o livro dá continuidade à intensa e evocativa jornada iniciada em O Trono de Jasmim, aprofundando sua trama de política, magia e romance entre mulheres poderosas em um mundo inspirado na história e mitologias do sul da Ásia. Mas, hoje vamos falar mais de A Espada de Oleandro:
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Sinopse:
A história se desenrola após os eventos do primeiro livro. Malini, a princesa exilada que sobreviveu ao cativeiro e a uma tentativa de purificação brutal, está determinada a tomar o trono que lhe foi negado. Para isso, ela reúne um exército de dissidentes e aliados que compartilham seu desejo de destronar seu irmão, o cruel Imperador Chandra.
Por outro lado, Priya, uma sacerdotisa e anciã de Ahiranya, está cada vez mais conectada ao poder divino que habita dentro dela. Agora, seu objetivo é livrar sua terra das pragas que a assolam e resistir ao domínio de Parijatdvipa, que oprime seu povo e explora sua magia. No entanto, ao aceitar seu destino como nascida-três-vezes, Priya descobre que os deuses podem ser tão impiedosos quanto os tiranos humanos.
Apesar de suas missões distintas, Malini e Priya continuam ligadas não apenas pelo destino de seus povos, mas também por uma relação amorosa intensa e proibida. Contudo, em um mundo onde poder e sacrifício andam lado a lado, será possível que ambas alcancem a vitória sem perder o que mais amam?
O retorno ao mundo fantástico:
Tasha Suri se destaca na criação de um mundo vasto e detalhado, que se inspira em culturas e mitologias do sul da Ásia. A ambientação continua a ser um dos pontos altos da série, apresentando um império marcado por intrigas palacianas, guerras sangrentas e cultos religiosos que controlam a política.
Diferente do primeiro livro, que tinha um foco maior na luta de Malini para sobreviver e na redescoberta dos poderes de Priya, A Espada de Oleandro expande o escopo narrativo. Agora, temos batalhas mais grandiosas, revelações mitológicas profundas e a ascensão de uma figura messiânica em Ahiranya. O mundo se torna mais sombrio e violento, refletindo o peso das decisões que as protagonistas precisam tomar.
Personagens que marcam a presença:
Malini é, sem dúvida, uma das protagonistas femininas mais fascinantes da fantasia contemporânea. Diferente do primeiro livro, onde sua posição era de sobrevivente, aqui ela se torna uma líder militar estratégica, carismática e implacável. Sua jornada para conquistar o trono não se baseia apenas em sua reivindicação de direito, mas em uma raiva profunda pelo abuso que sofreu e pela crueldade de seu irmão.
Priya continua sendo uma personagem de grande complexidade. Se no primeiro livro sua luta era entender sua magia e sua posição como líder espiritual, agora ela precisa encarar a realidade de que os próprios deuses podem não ser aliados confiáveis. Seu crescimento a coloca em rota de colisão com Malini, pois enquanto a princesa busca o trono, Priya se vê cada vez mais envolvida nos desígnios de forças sobrenaturais que exigem sacrifícios impensáveis.
A Relação entre Malini e Priya
O romance entre Malini e Priya continua sendo um dos aspectos centrais da narrativa, mas aqui ele ganha contornos mais trágicos e ambíguos. Diferente do primeiro livro, onde havia um jogo de sedução e descobertas, em A Espada de Oleandro o relacionamento delas é testado por suas ambições e responsabilidades.
A tensão entre dever e desejo permeia suas interações, tornando cada cena compartilhada intensa e emocionalmente carregada. Tasha Suri entrega momentos de vulnerabilidade e paixão, mas também de conflitos dolorosos que fazem o leitor questionar se há um futuro possível para elas. O livro aprofunda temas que já estavam presentes em O Trono de Jasmim, mas com um tom ainda mais maduro e sombrio, como poder e sacrifício, religião, fanatismo, amor e dever. Suri não entrega respostas fáceis, e isso faz com que A Espada de Oleandro seja uma leitura impactante e inesquecível.
Vale a pena A Espada de Oleandro?
Tasha Suri entrega uma sequência ainda mais intensa e ambiciosa do que o primeiro livro. A Espada de Oleandro expande o mundo, aprofunda os personagens e nos deixa completamente imersos em uma história de guerra, fé e amor impossível. Com uma escrita poética e cenas de batalha impressionantes, o livro prova que a série Os Reinos em Chamas é um dos grandes destaques da fantasia atual. A relação entre Malini e Priya é carregada de emoção e conflito, e o final do livro deixa o leitor ansiando pela conclusão da trilogia.
