
Lançado pela Editora Record, vamos conversar sobre esse livro incrível, “A Biblioteca secreta de Londres”, de Kate Thompson. Inspirado em fatos reais, a obra traz a esperança através da literatura e em um lugar megaespecial. Tudo com doses de realidade e contextualização. Por isso, veja tudo sobre “A Biblioteca secreta de Londres”:
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Narrativa forte e cheia de realidade:
Narrado a partir das perspectivas de Clara e Ruby em capítulos alternados, “A Biblioteca secreta de Londres” é uma história lindamente escrita que combina fato e ficção. Enquanto que aborda temas de guerra, perda, esperança e sobrevivência, e a importância de bibliotecas e bibliotecários em nossas comunidades. Especialmente, em tempos difíceis. Tanto que a autora também incorpora uma discussão sobre os tempos atuais e a necessidade de bibliotecas no contexto da pandemia. Além disso, temos um ar de compaixão, capturando a vida e os tempos da Grã-Bretanha durante a guerra. Kate Thompson incorpora eventos reais, como o desastre do tubo Bethnal Green de 1943 e a tragédia das mansões de Hughes de 1945 na história. Algo que traz uma perspectiva mais profunda.
Aliás, adorei aprender sobre a comunidade subterrânea e as notas do autora no final do livro são extremamente informativas. O contexto histórico e as bibliotecas destruídas durante a Blitz dão vida a esse enredo. Sem contar que a escritora se baseou em alguns dos personagens desta história em pessoas reais que viveram nos bunkers durante aqueles tempos difíceis. De fato, vemos um trabalho brilhante em não apenas ao pintar um quadro realista da vida na Grã-Bretanha durante a guerra. Mas, também nos dá uma visão das mudanças sociais durante esses tempos que também impactaram os hábitos e preferências de leitura, especialmente entre as mulheres.
Personagens marcantes e inspiradoras:
Se tem algo que me surpreendeu foi ver, no começo de cada capítulo, uma pequena frase ou depoimento de um bibliotecário, o que por si só é uma delícia. Isso já mostra uma certa empatia e nos conecta com as personagens, pricnipalmente com as responsáveis do esconderijo. Clara é uma viúva de guerra, que era a responsável pela ala infantil em uma biblioteca. Depois que o edifício foi bombardeado no primeiro dia da blitz, Clara e Ruby, sua melhor amiga, mudam os livros que sobraram para um canto subterrâneo de uma estação do metrô, a 23 metros de profundidade. Lá embaixo havia centenas de pessoas, dormindo em beliches de 3 andares, vivendo sua vida longe do perigo da superfície.
Enquanto Clara lutava para se manter a frente da biblioteca, Ruby lidava com seus próprios dragões. Pois sua irmã, Bella, tinha morrido no terrível acidente nas escadarias do metrô, e sua mãe vivia com um brutamontes que acreditava que mulheres não eram mais do que sacos de pancadas.Acontece que no meio de tudo isso floresce o amor e a esperaça. Como as duas lidarão com os pesadelos da guerra e cuidarão de si mesmas é um dos pontos desse romance. A autora teve o cuidado de documentar parte da sua pesquisa no final do livro, inclusive entrevistando pessoas que chegaram a se abrigar na estação e frequentar a biblioteca (que era comandada, na vida real, por dois homens).
Vale a pena ler “A Biblioteca secreta de Londres”?
Com toda a certeza, “A Biblioteca secreta de Londres” é uma obra necessária e inspiradora para todos. Com sua escrita fluída, instigante e impactante, vemos uma pesquisa completa sobre um lugar inédito que marcou a vida da Grã-Bretanha na Segunda Guerra Mundial. Porém, acima de tudo, não é apenas sobre guerras e, sim, sobre livros e a importância da leitura para todos.