Era uma manhã preguiçosa de segunda como qualquer outra. Levantei, fui até a cozinha, tomei um gole de café e observei da janela da pequena janela da área de serviços as montanhas, que toda segunda-feira me dão bom dia, haviam sumido. Achei estranho, mas pensei com meus botões: É apenas uma neblina passageira. Voltei para o quarto me arrumei e esperei sentada a beira da cama pacientemente meu amado terminar de se arrumar para me levar de volta a minha casa. Mas ainda assim aquele nevoeiro ainda me deixava encabulada. Retornei a janela e continuei admirando o grande vazio que me foi deixado naquela manhã.
Durante a volta parecia que os carros estavam andando pelas nuvens tamanho era a fumaça que saia pelas rodas. Poderia o motor está queimando? Poderia, mas seria muita desgraça todos os carros estarem queimando ao mesmo tempo. Mais uma vez notei que aquela indefesa neblina, que cobriu minhas montanhas, agora estava cobrindo meu chão.
E assim os dias foram passando, a semana foi passando e as enxurradas de fotografias de um Rio nebuloso tomaram conta das minhas redes sociais. Ali notei que o vago sentimento de solidão que senti durante toda semana foi a ingênua névoa que me envolveu por completo ao cobrir meu lugar. Mas, como tudo tem seu tempo, aquela neblina indefesa foi embora assim como os dias, a semana e as horas, porém deixou leves rastros por onde visitou. E agora? Me preparo desta vez para encarar a madrugada mais fria de noite de sábado.
Bárbara Allen