Desde que anunciado o elenco de O Diabo de Cada Dia, já sabíamos que o filme da Netflix era um para ficar de olho. A produção reuniria alguns dos nomes mais conhecidos, e em alta em Hollywood. Esse encontro com um elenco e uma produção de peso conta uma história que envolve personagens sinistros em uma região dos EUA marcada pelo pós-Guerra. Especialmente, é rodeada pela corrupção e a religião fortemente praticada.
O longa entrega um filme denso, cheio de reflexões e mostra que o mal está por toda parte não importa a figura que se apresente. Isso vem desde um jovem Padre, como o personagem de Robert Pattinson, ou uma moça loira charmosa, interpretada pela Riley Keough . E mesmo com alguns altos e baixos, o filme consegue cumprir o que prometeu.
Um Tom Holland fora de casa?!
Quem realmente rouba em todas as cenas, é com toda certeza Tom Holland, que ao deixar o manto do Homem-Aranha um pouco de lado. O ator traz um personagem complexo e profundo, algo que exige muito mais dele do que o habitual. No entanto, ele comprova suas habilidades de atuações que vão muito além do que o personagem no qual é reconhecido atualmente.
Uma produção não tão perfeita:
Na realidade, podemos analisar que o longa é um show de atuação completo, pois se entregam para esses personagens perturbados e surreais, algo que faz a diferença na produção. Porém, pecam pelo ritmo, já que vemos sequências de eventos que demoram para se conectarem, e funcionam mais como episódios de minisérie. Mesmo que haja uma construção bem feita, é possível ver que as reviravoltas são um pouco clichês.
É claro que não podemos deixar de lado um dos principais méritos, a representação de um mundo cheio de sujeira, calor, e pecados por toda parte. O roteiro mescla seus diversos personagens numa trama cheia de mortes, culpa, e religião e mostra que há mais por trás desses personagens que aparentam.
A trama começa no passado, com o jovem soldado Willard Russell (Bill Skarsgård) que retorna da Guerra, e começa a formar uma família com a garçonete Charlotte (Haley Bennett). Assim, a história mostra Willard enfrentando as consequências que a Guerra trouxe para o seu psicológico e como isso influenciou sua família por anos. Dessa maneira, se inicia uma costura no filme com um vai e vem que aos poucos nos apresentam os personagens, e como eles se conectam uns com os outros. Vale ressaltar que a voz rouca de Donald Ray Pollock, que escreveu o livro e serve como narrador do filme, é sentida e dá um ar de hospitalidade sulista. Mas, também, é recheada de suspense e tensão.
Conclusão:
Com uma trama intensa, O Diabo de Cada Dia faz uma reunião de grandes nomes que entregam personagens interessantes e que possuem uma contextualização pesada e incômoda. Sendo que traz reflexões que ainda perambulam nos dias atuais. É fato que ele se apoia em pequenas grandes cenas e que tem momentos altos e baixos, durante a caminhada de mais de 2 horas. Ao mesmo tempo, é uma obra que não vai ser tão facilmente esquecida, principalmente pelo Holland.