Em meados de 1925 uma nova forma de entretenimento surgiu na sociedade: a televisão. A qualidade, inicialmente, foi bastante criticada, mas o seu princípio foi bem aceito. No Brasil esse novo mecanismo só surgiu por volta de 1950 com a inauguração da TV Tupi, de São Paulo. Desde então, essa plataforma foi ganhando espaço e novas tecnologias.
Durante anos essa foi a nova forma de entretenimento do brasileiro. Famílias se reuniam na sala para, juntos, assistirem a essa caixa mágica que transmitia imagens e aos poucos o jeito de ver TV foi se aperfeiçoando. Chegamos, então, no surgimento da televisão a cabo. O objetivo na época em que ela foi criada, 1948, era apenas melhorar o sinal enviado pelas emissoras através de ondas de rádio. A televisão a cabo continua sendo uma forma de entretenimento até hoje, mas é em 1972 que claramente notamos uma mudança. O serviço que ela oferecia passou a comercializado, assim como começou a transmitir conteúdos exclusivos. Foi aí que o brasileiro foi à loucura.
Porém, como ninguém nunca está satisfeito, uma nova forma de entretenimento foi aos poucos se inserindo no mercado: a Netflix, um serviço de aluguel de filmes, no qual o assinante paga um valor por mês e assiste o que ele quiser. A Netflix foi fundada em 1997, inicialmente sendo uma locadora com loja física, e foi apenas em 2005 que o serviço online foi implantado. Dois anos depois, a Netflix tinha mais de 10 milhões de visualizações de filmes e seriados assistidos por streaming.
Streaming, uma palavra nova que literalmente veio para ficar. O brasileiro não está mais satisfeito com o ficar em apenas um cômodo e com uma programação definida, sem direito de fuga. Ele quer mais, e a Netflix dá essa possibilidade. Você define a sua própria programação. O consumidor do serviço de streaming pode escolher o que quer assistir, quando e onde.
No ano de 2015, estima-se que a Netflix tenha alcançado a marca de 4 milhões de assinantes no Brasil, com um faturamento de quase R$ 1 bilhão. O número total de produções, entre 160 países em que o serviço está disponível, é estimado em um milhão, entre filmes e séries.
Este é o futuro do entretenimento. O poder da programação está nas mãos do telespectador. Em um futuro não tão distante, a TV pode sim ser substituída pelos serviços de streaming. A pioneira foi a Netflix, mas outras já estão surgindo, como a própria Amazon, com o objetivo de dominar o cenário do entretenimento. E estão conseguindo.
Rachel Guarino é jornalista