Agora, chegou o momento de vermos na inofensiva narrativa estrelada por Lindsay Lohan e Ian Harding: Nosso Segredinho. Aliás, a obra tem aquele de implicância com reconsideração. Portanto, vamos falar mais de Nosso Segredinho:
Um pouco de contexto:
A produção, encabeçada por Stephen Herek, acompanha dois amigos de infância que se enlaçaram em um relacionamento que todos acreditavam ter chances de durar para sempre. Porém, acontecimentos da vida afastaram o casal, levando Avery (Lohan) a seguir seus sonhos do outro lado do mundo após a trágica morte da mãe e deixando Logan (Harding) em um misto de emoções que o propulsionaram a seguir em frente – mesmo sem querer.
Uma década depois de terem se separado e seguido cada um seu próprio caminho, Avery e Logan se reencontram sob circunstâncias inesperadas. Afinal, ambos estão namorando membros diferentes de uma rica e esnobe família, mas sem terem conhecimento disso. E é a partir daí que a história se desenrola em fórmulas bastante conhecidas, mas que são esperadas dentro de um projeto desse escopo.
Saindo um pouco do convencional:
Considerando que estamos assistindo a uma rom-com de Natal, não é cabível esperar que Herek e a roteirista Hailey DeDominicis queiram reinventar a roda. A ideia da dupla, na verdade, é construir um enredo singelo e prático que aposta nas fichas do lovers-to-enemies-to-lovers em uma divertida e despreocupada narrativa que poderia ter sido lançada em qualquer época do ano. Mas, ao se destinar às festividades em questão, constrói um misto de conforto e de jocosidades que nos arrancam algumas risadas, mesmo não oferecendo nada de novo.
Elenco bem dinâmico:
É notável como os eventos se movem de modo fluido e promovem uma espécie de hedonismo cinematográfico que tem como único objetivo o prazer natalino. Lohan diverte-se ao interpretar Avery, principalmente em algumas punchlines que entrega com tanto espero. Enquanto que Harding se mostra mais restrito em relação ao personagem que interpreta. De fato, a dupla não tem a química necessária de outros casais de produções similares (como os vistos nos recentes ‘Sintonia de Natal’ e ‘Um Crush para o Natal’),
Porém, funciona dentro dos limites autoimpostos. O restante do elenco também se mantém a um segundo plano esquecível, com destaques momentâneos para Kristin Chenoweth como Erica e Henry Czerny como Mitchell – auxiliando, brevemente, na compreensão de certa backstory.
No entanto…
Talvez o problema principal do filme seja a despreocupação em demasia. É claro que esse despojo é necessário dentro do gênero que propõe retratar, porém, quando utilizado em eufórico excesso, peca por se esquecer de dar alma aos personagens. Por exemplo, é comentado no início da obra que Avery perdeu a mãe e, por essa razão, resolveu se distanciar de tudo que a lembrava dela. Logan, por sua vez, nunca superou o brusco término com a ex-namorado e carrega certos traumas de abandono que, volta e meia, despontam em alguns momentos mais dramáticos. Porém, essas menções efêmeras não têm qualquer peso na condução do enredo e soam mais como informações jogadas do que bem-vindas para compreendermos as ações dos protagonistas e coadjuvantes.