Lançado em 2015 e dirigido por Michael Dougherty, “Krampus: O Terror do Natal” oferece uma visão sombria e sarcástica do espírito natalino, mesclando elementos de terror, fantasia e comédia em um conto inspirado na figura folclórica do Krampus, a contraparte maligna de São Nicolau. O filme se destaca por sua estética cuidadosamente elaborada, mas não escapa de tropeços no roteiro e no tom.
Sinopse
A história acompanha Max (Emjay Anthony), um jovem que, frustrado com as constantes brigas familiares, renega o Natal. Sua descrença invoca Krampus, uma entidade demoníaca que pune aqueles que perdem o espírito natalino. À medida que a criatura e seu séquito de ajudantes grotescos isolam a casa da família, eles precisam lutar por suas vidas — e pela chance de reconquistar a união perdida.
Em primeiro lugar:
Dougherty, conhecido por seu trabalho em “Contos do Dia das Bruxas” (2007), novamente demonstra sua habilidade em criar atmosferas visualmente impactantes. A neve constante, a iluminação sombria e os designs das criaturas dão vida ao terror natalino. O próprio Krampus é um espetáculo, com uma figura imponente e um design que mistura misticismo e horror.
O filme não apenas explora o folclore do Krampus, mas também aborda o consumismo desenfreado e a deterioração dos laços familiares. Desde a abertura caótica com cenas de pessoas brigando em shoppings até os diálogos carregados de sarcasmo, há um humor negro que satiriza as tensões das festas de fim de ano. A transição entre terror e comédia, embora arriscada, funciona em boa parte do filme. O elenco, liderado por Toni Collette e Adam Scott, equilibra momentos dramáticos com um timing cômico afiado, ajudando a dar ritmo à narrativa.
Mas, tem seus problemas:
Apesar de acertar na maior parte do tempo, a mistura de gêneros também é o maior problema do filme. Em alguns momentos, o terror é tão intenso que o humor parece deslocado; em outros, o oposto ocorre, e a atmosfera ameaçadora é diluída por piadas fora de hora.
Muitos membros da família são arquétipos exagerados — o cunhado machista, a tia amargurada, as crianças insuportáveis — o que dificulta a conexão emocional com eles. Isso reduz o impacto das cenas mais dramáticas, pois é difícil torcer por personagens que pouco evoluem. Sem entrar em spoilers, o desfecho pode dividir opiniões. Embora tenha um toque criativo, alguns podem achar que o clímax compromete a mensagem central do filme.
Vale a pena assistir “Krampus: O Terror do Natal”?
“Krampus: O Terror do Natal” é um filme que se arrisca ao misturar humor, crítica social e terror em uma única narrativa, e embora não acerte sempre, é um entretenimento peculiar e bem-vindo para quem procura algo fora do comum no Natal. A estética sombria e as criaturas memoráveis são os pontos altos, enquanto os tropeços no tom e no desenvolvimento dos personagens podem afastar espectadores mais exigentes. Se você gosta de uma dose de humor ácido e terror leve em suas festas, Krampus pode ser uma escolha divertida. Para aqueles que esperam um terror mais sério ou uma comédia familiar reconfortante, pode ser uma decepção.