A segunda temporada de “Heartstopper” veio para mostrar um amor que só evolui e que podemos superar nossas inseguranças e medos. Tanto que esse é um dos principais objetivos da nova fase da série e junto com os elementos criados por Alice Oseman. Mas, será que ficou bom? Vamos conversar mais sobre a segunda temporada de “Heartstopper”:
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De onde começa?
Para quem estava com saudades, a série retorna exatamente de onde parou, no dia seguinte ao que Nick se assumiu para sua mãe. A partir daí, é possível observar como Heartstopper é uma show sobre seus personagens e não apenas fala do seu casal principal. Ganhando uma mudança de foco, o arco acerca da aceitação de Nick faz a narrativa discorrer sob seu ponto de vista. O que caminha para um dos pontos mais assertivos da temporada ao descamar o seu protagonista. Afastando-se do que outros programas fariam com melodrama espalhafatoso, vemos as questões sendo apresentadas e desenvolvidas de forma suave e cadenciada, sem deixar fugir do quadro a natureza delicada do tema.
Mais assuntos relevantes no enredo:
É impressionante ver como a segunda temporada de “Heartstopper” é capaz de amadurecer, sem que isso implique em nenhum tipo de sacrifício. A delicadeza e o cuidado para representar a humanidade do grupo de amigos se mantém intacta. Assim como toda a identidade que a autora Alice Oseman construiu tão bem ao transpor suas páginas para a TV. No entanto, todos os personagens, sem exceção, passam a enfrentar dilemas mais desafiadores. A homofobia, embora ainda presente e incômoda, divide espaço com relações familiares conturbadas, questões de saúde mental e outras “inadequações” também profundas —problemas de gente grande com os quais, no mundo real, nem a maturidade é garantia de arsenal emocional suficiente para lidar de forma plena.
Essa progressão acontece de forma gradual na temporada e está intimamente ligada ao avanço do relacionamento de Charlie e Nick. Mas, você ainda vai sorrir de orelha a orelha durante esses oito novos episódios estelares. O material de origem de Oseman, um conjunto vertiginoso e um compromisso de exibir romances queer com ternura ajudam Heartstopper a permanecer em sua melhor forma.
E os demais enredos?
Algumas das performances e diálogos são reconhecidamente cafonas, e não existe problema nisso, afinal estamos falando de adolescentes de seus 15 e 16 anos descobrindo as alegrias de dar as mãos, fugir, abrigar uma paixão e ter primeiros beijos apaixonados. Isso inclui os melhores amigos de Charlie e Nick, como Tao (William Gao) e Elle (Yasmin Finney), que finalmente tentam admitir seus sentimentos um para o outro. Enquanto isso, o relacionamento bem estabelecido entre Tara (Corinna Brown) e Darcy (Kizzy Edgell) cresce ainda mais, apesar de alguns problemas. Isaac (Tobie Donovan), um amante de livros em sua essência, também encontra um consolo inesperado enquanto todos ao seu redor descobrem o romance.
Então, vale a pena ver?
A segunda temporada de “Heartstopper” amadurece seus protagonistas (e, portanto, a si mesmo) nesta nossa fase. Continua sendo um sonho imperdível que não é teatral nem exagerado, tornando-o um ótimo antídoto para muitos outros programas de TV que destina-se ao público mais jovem, e isso nunca é esquecido, é mais delicado do que parece à primeira vista, mas continua a ser uma coisa doce e encantadora. Portanto, faça um favor a si mesmo e reserve quatro horas para outra farra e amores ininterruptos.