
Lançado em 2000, Premonição deu início a uma das franquias de terror mais criativas principalmente porque ela fugia do clichê de vilões mascarados e monstros sobrenaturais típicos do gênero. Aqui, a nossa vilã é a própria Morte, apresentada como inevitável, impiedosa e um pouco paciente. O longa mistura suspense, tensão psicológica e cenas brutais em uma trama onde escapar do destino não significa estar salvo. Vem comigo relembrar, com muito spoiler, tudo sobre o primeiro filme!
Premonição: Quando a morte tem um plano
O jovem Alex Browning (vivido por Devon Sawa) está prestes a embarcar com sua turma do colégio num voo para Paris. Ao sentar-se no avião, ele tem uma premonição detalhada de que a aeronave explodirá poucos minutos após a decolagem. Desesperado, Alex arruma uma confusão e é expulso do voo junto com alguns colegas. Já di lado de fora da aeronave, todos os jovens que foram retirados testemunham exatamente o que Alex previu: o avião.
A princípio, todos o veem como um herói. Mas a paz dura pouco. Os sobreviventes do acidente começam a morrer um a um em circunstâncias bizarras e até mesmo violentas. É aí que Alex percebe a verdade: ninguém enganou a morte, apenas a atrasaram. Agora ela está voltando para completar seu plano.
As mortes!
Um dos diferenciais de Premonição é a maneira como eles constroem cada morte. É basicamente uma sequência coreografada, repleta de detalhes, efeitos dominó e tensão crescente. Aqui estão as principais mortes do primeiro filme detalhadas:
- Tod Waggner – Após o acidente, Tod é a primeira vítima da Morte. Ele escorrega no banheiro por conta de uma sequência de eventos causados por uma válvula de água solta e acaba sendo enforcado com um varal de roupas. A cena é marcada por tensão crescente e um suposto “vulto” da Morte no espelho.
- Terry Chaney – Sem dúvidas a morte de Terry está no top 5 de mortes mais icônicas da franquia. Terry é atropelada por um ônibus em plena rua, no meio de uma conversa. A cena é abrupta, inesperada e virou um clássico de sustos no cinema dos anos 2000.
- Valerie Lewton – A professora tenta fazer de tudo para tentar enganar a Morte, mas a sequência em sua casa é uma das mais elaboradas: uma bebida vaza sobre o monitor do computador, causando uma explosão; ela se corta com vidro, e ao tentar fugir, escorrega, é perfurada por uma faca e, por fim, sua casa explode. Vale ressaltar que em todos os momentos Alex ainda conseguia pressentir o que estava para acontecer.
- Billy Hitchcock – Outro momento icônico é a morte de Billy. Após uma sequência de tirar o fôlego com os quatro sobreviventes em um carro em alta velocidade, a morte não é evitada por Billy, que acaba sendo decapitado por uma peça de metal arremessada após um acidente de trem. A cena é rápida e gráfica, bem ao estilo da franquia.
- Carter Horton – Apesar de escapar da Morte por duas vezes, graças a Alex, Carter acaba morrendo no fim do filme (em uma cena pós-clímax), quando uma placa publicitária despenca e o esmaga. Memorável também!
Curiosidades do primeiro filme Premonição
A primeira curiosidade é sobre o roteiro. Dá para acreditar que a ideia original foi concebida como um episódio de Arquivo X? Pois é, James Wong e Glen Morgan, que também trabalharam na série, transformaram o conceito em um longa. Forças misteriosas estão por toda parte.
Outra coisa que chama atenção no filme é que a Morte é apresentada como uma força invisível para dar ao filme uma abordagem mais psicológica e focada no suspense. Além disso, o voo do filme é o 180, e esse número aparece diversas vezes durante a franquia como um símbolo da morte iminente.
Recepção da época
Premonição arrecadou mais de 110 milhões mundialmente, o investimento inicial foi de cerca de 23 milhões de dólares. E óbvio que esse número garantiu a produção de seis filmes. Ou seja, a recepção foi melhor do que o esperado. Entretanto, lá em 2000 o filme dividiu opniões da crítica, com elogios para sua premissa original e criatividade, mas críticas à atuação e aos diálogos. Por outro lado, o público adolescente abraçou a proposta.
Premonição foi visto como uma lufada de ar fresco no gênero slasher, que começava a saturar após o sucesso de Pânico. A ausência de um assassino tradicional, substituído por uma entidade invisível e inevitável, criou uma nova tendência no horror dos anos 2000.