Entrevista Exclusiva com Tigest Girma, autora de Inimigo Imortal

Na literatura fantástica, há sempre espaço para reimaginar o que pensamos conhecer, e Inimigo Imortal faz exatamente isso. Ambientado em uma universidade cheia de segredos e protagonizado por vampiros com raízes africanas, o livro mergulha o leitor em um universo instigante e original. Nesta entrevista exclusiva, conversamos com Tigest Girma sobre suas inspirações, processo criativo, personagens e o impacto da representatividade na fantasia contemporânea. Confira abaixo a entrevista completa!
Primeiramente, gostaríamos muito de saber: como surgiu a ideia para Inimigo Imortal?
A ideia veio enquanto eu assistia Crepúsculo. Isso foi durante a pandemia da Covid-19, e eu e meu irmão estávamos reassistindo vários filmes nostálgicos. Os vampiros sempre foram intrigantes para mim, e do nada, uma pergunta me veio à cabeça: “E se os vampiros fossem originários da África?” Comecei a escrever o livro uma semana depois.
Sabemos que a Universidade de Uxlay é riquíssima e cheia de segredos. Quais foram os lugares que te inspiraram a criar esse cenário tão enigmático?
A inspiração para a arquitetura da Universidade de Uxlay veio de muitas universidades ocidentais. A Universidade de Melbourne, em particular, me inspirou com os nomes das escolas e pátios específicos. Por outro lado, há também uma clara influência africana. Os nomes dos prédios e os cursos que os alunos frequentam lembram ao leitor a origem dessa sociedade.
O livro tem alguma conexão com experiências ou observações pessoais?
Eu diria que foi mais curiosidade pessoal do que experiência que moldou o livro. Sempre me perguntei como a moralidade das pessoas se forma e se transforma, onde reside essa linha tênue entre o certo e o errado. Vampiros, como representantes das trevas, pareciam o caminho perfeito para explorar esses tópicos.
Qual personagem você diria que é mais parecido com você?
Ah, Yusef Umil. Ele é um artista tão torturado que está apenas dando o seu melhor. A maioria das falas dele parecia uma brincadeira comigo mesma. Como a maioria dos criativos, ele reclama do próprio trabalho e compete com uma versão perfeita de si mesmo.
Se Inimigo Imortal ganhasse uma adaptação, quem você gostaria de ver no elenco?
Eu amaria ver atores africanos na adaptação. Não tenho nenhum nome em mente, mas estou sempre de olho!
+ Confira – resenha: Inimigo Imortal, de Tigest Girma
Houve alguma cena particularmente difícil de escrever? Por quê?
As aulas de filosofia foram as mais difíceis de escrever, porque eu precisava sempre manter três coisas em mente: como tornar aquilo interessante para o leitor, como aquilo estimula o crescimento dos personagens e como se conecta aos vampiros.
Na hora da criação de uma história, você prefere escrever com um plano estruturado ou deixar a história te guiar?
Prefiro deixar a história me guiar. No começo, cenas aleatórias me vêm à cabeça e eu corro para anotá-las. Quando tenho o suficiente, tento ver como elas se conectam e formam uma história.
Existe algum gênero literário que você gostaria de explorar no futuro?
Oh, sim! Eu sou atraída por vários tipos de história e adoraria, um dia, escrever um thriller ou um romance.
Existe algum autor (ou autores) que te influenciaram a querer ser escritora?
Foram vários, mas a mais recente foi Tomi Adeyemi, autora de Filhos do Sangue e Ossos. Foi a primeira vez que vi uma fantasia com inspiração africana, com uma garota negra na capa e fiquei impressionada! Me fez acreditar que eu realmente poderia ter uma carreira como uma autora negra de fantasia.
Por fim, qual o seu livro favorito da vida?
É uma pergunta difícil, porque muda a cada ano. Eu diria que, no momento é Six of Crows, da Leigh Bardugo.




