
Mostrando o potencial das romantasias no mercado editorial, Ariani Castelo, autora de O Abismo de Celina fala sobre seu trabalho. Aliás, ela enfatiza o crescimento do subgênero em suas mais variadas formas. Em um bate-papo exclusivo com o Manual Geek, Ariani Castelo comentou sobre a obra e sobre esse fênomeno que amamos tanto:
Veja também- Resenha: O Abismo de Celina, de Ariani Castelo
– Você é autora da romantasia “O Abismo de Celina”. Qual é a sua relação com esse subgênero literário? Por que escrever uma romantasia?
Eu acredito que o termo “romantasia” é um termo ainda em construção. Então, todo mundo ainda está tentando definir o que ele é. Mas eu gosto muito de romantasias em que o mundo ali trabalha com o romance ou até mesmo com o desenvolvimento amoroso dos personagens. No caso de O Abismo de Celina, o abismo gera coisas na Celina, do mundo da morte, ele faz ela se sentir de diversas maneiras. Isso que a Celina sente impacta na relação dela com a Morte. Então, eu gosto quando o mundo tá ali participando.
– Como surgiu a ideia de escrever “O Abismo de Celina”?
É complicado falar sobre a ideia, mas eu diria que, na verdade, o livro veio pra mim pelo final. Então, a primeira coisa que surgiu de cara foi o final dele. Eu estava lá ouvindo músicas, e aí pensei: “Meu Deus, e se houvesse um personagem que é a Morte? E se ele fizesse tal coisa?” E, a partir disso, fui buscando referências.
– Como foi o processo de criar uma romantasia que mistura mistérios e um ar com filosofias sobre a vida e a morte?
Eu acho que O Abismo de Celina tem muito mais questões filosóficas e existenciais do que o romance em si. É muito complicado até falar em romance, pois é um romance que passa ali por diversas coisas e situações, porque é um vilão, um personagem controverso. Mas eu gostei muito de fazer isso nesse livro, até porque ele é a Morte, né? Acho que não existe nada mais complexo do que lidar com o ato de morrer. E é interessante como a Celina lida com isso, pois ela é uma protagonista que tinha muitos arrependimentos em vida. Isso traz muitas coisas pra gente pensar.
– Se “O Abismo de Celina” tivesse uma adaptação, você iria preferir que fosse um filme ou uma série?
Eu acho que funcionaria muito bem como um filme, porque não acho que é uma história tão grande. É até um livro curto, com 70 mil palavras, temos personagens com jornadas bem fechadas. Acho que daria sim pra desenvolver muito mais para uma série, mas acho que poderia dar certo como um filme.
– Romantasia é um subgênero que amamos muito e que não para de crescer no mercado editorial. O que você acredita que seja os elementos mais diferentes complementam esse crescimento?
Eu acho que existe espaço para muitas coisas, talvez para tudo, e muita coisa será sobre particularidade. Eu gosto muito de romantasias que trazem algo novo, que quebram alguma expectativa que eu criei, que já li em vários livros.
– Você pensa em escrever histórias de outros gêneros? Quais?
Eu gosto muito de fantasia. Não tem outra! Eu vou escrever muita fantasia. Eu já tive — talvez ainda tenha — vontade de escrever romance contemporâneo, só porque tem uma história que eu hesito em escrever. Porque eu gosto de pensar em mim como autora de fantasia, mas eu já penso nessa história há um ano. Talvez, um dia que eu surtar, quem sabe.
– Por que você acha que o público tem se conectado tanto com essas histórias?
Junta duas coisas muito boas, né? Acho que tem tanto a coisa fantástica — que é ir para um outro mundo, que você pode reimaginar qualquer coisa, e isso pode ser usado pra criticar a nossa sociedade — quanto estar em uma realidade de uma maneira inacreditável, e você ir pra um lugar bem mágico, com outras criaturas, com outros jeitos de funcionamento de mundo. Então, juntamos isso e tem o romance, o casal geralmente cativante, que vai se desenvolver ali naquele lugar. Então, eu acho que junta as duas coisas que todo mundo gosta muito.