Trazendo amadurecimento para a história de Colleen Hoover, É assim que acaba veio com uma adaptação fiel e atenciosa. Afinal, a obra tem seus assuntos polêmicos que já foram alvo de discussão. Mas, você pode se surpreender com a narrativa cinematográfica. Portanto, vamos falar de É assim que acaba:
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Um pequeno resumo:
Lily Bloom (Blake Lively) acaba de se mudar para Boston, onde vai realizar seu grande sonho: abrir uma floricultura. Depois da morte de seu pai e, de uma série de reflexões sobre seu passado, ela conhece o charmoso e misterioso Ryle Kincaid.
A conexão entre eles é imediata, mas eles não trocam contatos. Porém, meses depois, quando Lily está prestes a abrir sua loja, ela acaba contratando Alyssa (Jenny Slate) como sua ajudante, e descobre que a jovem é irmã de Ryle. Com a química entre os dois crescendo cada vez mais, Lily se sente dividida entre mergulhar em um relacionamento com aquele sombrio desconhecido ou deixar viva dentro de si as lembranças ainda latentes do grande amor da sua vida, Atlas (Brandon Sklenar).
Blake Lively e um roteiro bem acertado:
Em primeiro lugar, duas coisas se destacam enormemente em É assim que acaba. A primeira é a doçura de Blake Lively, em todos os seus trejeitos em cena, o que ajuda a contrabalancear o clima do filme por conta das violências sofridas pela personagem. Elencar Blake para o papel de Lily foi um grande acerto, pois a atriz consegue ao mesmo tempo ser uma mulher forte e decidida para correr atrás do próprio destino. E, também, imprimir leveza nas cenas mais pesadas.
E esse é justamente o segundo ponto: a escolha acertada do roteiro de Christy Hall (com participação da própria Colleen) em não evidenciar as violências, cortando as cenas nos momentos certos. Isso não dificulta ao público de entender o que está acontecendo; ao contrário, o espectador vai ganhando o entendimento do todo junto com a protagonista, à medida que imagens recuperadas dão um panorama maior do todo do quadro.
Uma boa direção e equilibrando a história:
Justin Baldoni, além do co-protagonismo, faz uma boa direção tanto do elenco quanto da produção, optando por cenas em close que favorecem todos os atores e inserindo belos planos gerais. Nos momentos-chave, o diretor balancea bem o tempo de duração para que a intensidade dos eventos não se prolongue ao ponto de ganharem peso demais no enredo. Mesmo que algumas cenas passem a sensação de serem aleatórias, dentro do contexto geral elas se encaixam na sequência de eventos que levam Lily às decisões que toma.
O apelo do texto de Hoover está nessa manipulação de expectativas, e Baldoni traduz essa questão com destreza, deixando os momentos de agressão dúbios, no início, e retornando a eles quando a protagonista tem um momento de epifania e entende sua situação com clareza. Mas, de modo geral, o filme ainda representa a violência doméstica de forma elegante, ressaltando a seriedade do assunto dentro da trama, ao invés de focar no ato da violência em si.
Afinal, foi uma boa adaptação?
Para os fervorosos leitores de Colleen Hoover, a adaptação ‘É Assim Que Acaba’ dá conta da essência do livro sem pesar na carga emocional da história. Mesmo que tenhamos poucas mudanças, não podemos deixar de negar que tivemos algo coerrente e bem caminhado. Para quem nunca leu, é desses filmes que fazem você querer ler o livro depois (saiu no Brasil pela editora Galera Record). Lembre-se que a obra é um alerta sobre as múltiplas violências que uma mulher pode sofrer ao longo de sua vida e da importância de conversarmos e lidarmos em sociedade sobre esse problema.
Vale a pena assistir É assim que acaba?
Emocionante, É assim que acaba é um filme importante, bem-feito e que dará forças para que muitas mulheres reencontrem o comando de suas próprias vidas. Além disso, entrega o que o leitor gostaria de ver, mas, com pequenas mudanças. Porém, o longa ainda consegue ser fiel ao livro com diálogos que marcaram o livro e que certamente te fará enlouquecer. Ainda mais que sabe retratar a violência doméstica e que contém muitas expectativas e surpresas.